A categoria de alimentos, entretanto, se destacou na Black Friday, com aumento entre 2% e 5% (Pilar Olivares/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de setembro de 2021 às 11h42.
A inflação das famílias mais pobres cresceu em agosto, mais uma vez, em ritmo mais acentuado do que para as famílias de maior rendimento, mostram cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgados nesta quarta-feira. No acumulado de 12 meses, a inflação da população de renda muito baixa até média-baixa chega a dois dígitos.
Em agosto, o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a inflação das famílias de renda muito baixa e de renda baixa avançou 0,91%. O principal motivo foi a alta dos alimentos, que são mais relevantes na cesta de consumo da parcela mais pobre da população. Com o resultado, a inflação dessas faixas de renda acumula alta de 10,63% e 10,37%, respectivamente, em 12 meses.
A inflação das famílias de renda alta, por sua vez, apresentou aumento de 0,78% no mês. Neste caso, a inflação acumulada em 12 meses é de 8,04%.
Além do menor peso dos alimentos na cesta de consumo dos mais ricos, essa parcela da população ainda beneficia-se, do ponto de vista inflacionário, da menor pressão de preços do setor de serviços. É o caso da educação.
Para calcular as diferentes faixas de inflação, o Ipea constrói uma cesta de bens e serviços tipicamente consumida por famílias mais ricas e mais pobres.
A renda muito baixa considerada, por exemplo, é aquela inferior a R$ 1.808 por família. O modelo é alimentado pela coleta de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).