Indústria vai defender conclusão de acordo Mercosul-UE em reuniões com Macron
A agenda ambiental e as parcerias bilaterais, incluindo a assinatura de 15 atos entre os países, estão no foco da visita do presidentr francês nesta terça
Agência de notícias
Publicado em 26 de março de 2024 às 14h24.
Última atualização em 26 de março de 2024 às 14h34.
O presidente da França, Emmanuel Macron , ouvirá, durante sua passagem de três dias pelo Brasil, apelos de empresários da indústria pela conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia. Opositor da versão atual do acordo, o presidente francês chega ao Brasil dois meses após pedir à Comissão Europeia a desistência do tratado com o bloco sul-americano.
A agenda ambiental e as parcerias bilaterais, incluindo a assinatura de 15 atos entre os países, estão no foco da visita que Macron inicia nesta terça, ao desembarcar em Belém, no Pará, a sede da conferência do clima da ONU, a COP30, no ano que vem.
O acordo comercial será, contudo, colocado em pauta nos encontros que Macron terá com empresários do setor produtivo.
Em paralelo ao fórum bilateral a ser realizado na tarde da quarta-feira pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que terá a participação, entre outros, do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o líder francês terá também na sede da entidade patronal paulista reuniões reservadas com empresários.
Em um dos encontros marcados, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, pretende defender diante de Macron que o acordo com o Mercosul trará benefícios a ambos os lados, com a diversificação das exportações e a ampliação da rede de parceiros comerciais dos países dos blocos.
A entidade entende que o acordo representa uma oportunidade para a indústria brasileira voltar a ter relevância na pauta comercial com a União Europeia, que no ano passado comprou US$ 46,3 bilhões em produtos do Brasil.
A retirada do imposto de importação na Europa, conforme estimativa da CNI com base em dados de 2022, beneficiaria aproximadamente R$ 13 bilhões em produtos da indústria de transformação.
A pauta ganhou peso na agenda da CNI após uma consulta divulgada em outubro mostrar que, para três em cada quatro empresas e associações industriais, o acordo com o bloco europeu deve ser tratado como prioritário.
Conforme a CNI, com base em dados de 2022, a cada R$ 1 bilhão exportado para a União Europeia são gerados 21,4 mil vagas de trabalho no Brasil, número superior à contribuição aos empregos dos embarques para a China, de 15,7 mil postos.