Economia

Indústria registra queda na produção e no emprego em junho

Para 44,8% dos empresários entrevistados, atualmente o principal problema é a elevada carga tributária


	Trabalhador da indústria: segundo a CNI, as expectativas dos empresários da indústria estão cada vez mais pessimistas
 (zdravkovic/Thinkstock)

Trabalhador da indústria: segundo a CNI, as expectativas dos empresários da indústria estão cada vez mais pessimistas (zdravkovic/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2015 às 13h43.

Em junho, a indústria teve queda na produção e no emprego. De acordo com a sondagem do setor, divulgada hoje (21) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice de produção continuou abaixo dos 50 pontos e alcançou 40,3 pontos no mês passado, 1,4 ponto inferior ao observado em maio.

Esse indicador varia no intervalo de 0 a 100 e valores abaixo de 50 indicam diminuição da produção frente ao mês anterior.

Segundo a pesquisa, o índice de número de empregados ficou em 40,7 pontos no mês, mantendo-se abaixo dos 50 pontos e com variação negativa de 0,7 pontos em relação a maio (dentro da margem de erro da pesquisa).

A utilização da capacidade instalada, que mede o grau de ociosidade do setor, caiu mais um ponto em junho e marcou 65% da capacidade produtiva, o menor percentual já registrado para a série mensal, iniciada em janeiro de 2011.

Para 44,8% dos empresários entrevistados, atualmente o principal problema é a elevada carga tributária.

“Esse resultado sugere que as recentes medidas do governo federal para o cumprimento do ajuste fiscal e as discussões sobre o tema teriam aumentado ainda mais a preocupação com os efeitos deletérios da tributação sobre as empresas”, diz CNI, na sondagem.

Pessimismo

Segundo a CNI, as expectativas dos empresários da indústria estão cada vez mais pessimistas. Os indicadores de expectativa também variam de 0 a 100.

Valores abaixo de 50 indicam expectativa de redução da demanda, do número de empregos, da compra de matérias-primas ou da quantidade exportada nos próximos seis meses.

Os índices que representam as expectativas da demanda, de compras de matérias-primas e de empregados foram respectivamente de 46,6, 44,6 e 41,1 pontos em julho.

De acordo com a CNI, enquanto os dois primeiros oscilaram dentro da margem de erro entre junho e julho, o índice de expectativas de número de empregados recuou um ponto.

A exceção foi a estabilidade na expectativa de exportação: o índice alcançou 49,9 pontos em julho, aumento de 1,5 pontos em relação ao mês anterior.

“Próximo à linha divisória, esse índice revela que há expectativa de manutenção da quantidade exportada para os próximos seis meses. Essa exceção pode ser decorrente da desvalorização do real em 2015 e da redução da volatilidade de sua taxa frente ao dólar”, diz a CNI.

A intenção de investimento da indústria caiu para 41,3 pontos em julho, o menor valor desde o inicio da série histórica em novembro de 2013.  

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