São Paulo - Um estudo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) mostra que o saldo da balança comercial da indústria da transformação vem piorando desde o 1º trimestre de 2006, quando houve um superávit de US$ 6,9 bilhões. O fundo do poço foi atingido neste início de ano, com um déficit de US$ 7,1 bilhões.

"Se nada for feito, a baixa competitividade da indústria - em função de antigos e conhecidos problemas que vão da tributação à deficiência da infraestrutura, passando pelo fator decisivo que é a valorização da moeda - está conduzindo o setor para déficits comerciais gigantescos e jamais vistos na economia brasileira, um fator que estará na raiz de um crescente desequilíbrio externo da economia", diz o relatório do Iedi.

A crise internacional tem a sua parcela de culpa, mas o estudo salienta que a deterioração das contas começou antes das turbulências, em 2006. Portanto, não se trata apenas de um problema conjuntural, mas estrutural.

O mais preocupante é que os produtos de alta intensidade tecnológica foram os que apresentaram o maior déficit. Já o grupo de baixa intensidade tecnológica foi o único a registrar superávit. "Tais resultados estão em linha com o sucesso exportador do Brasil em produtos agropecuários e da extração mineral, inclusos nos demais produtos. Os produtos industriais alimentícios - obviamente vinculados ao agronegócio - também têm concorrido para esse êxito", diz o estudo do Iedi.