Economia

Indústria de carne mantém previsão de exportação para 2017

Muitos processos para abertura de novos mercados à carne do Brasil, líder global na exportação, deverão ser impactados, diz o presidente da Abiec

Carne: a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) estima que exportações de carne bovina do Brasil deverão crescer cerca de 7% em 2017 (Sean Gallup/Getty Images)

Carne: a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) estima que exportações de carne bovina do Brasil deverão crescer cerca de 7% em 2017 (Sean Gallup/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 28 de março de 2017 às 18h57.

São Paulo - As exportações de carne bovina do Brasil sofreram fortemente em março efeitos da eclosão da operação Carne Fraca, da Polícia Federal, mas a rápida suspensão de embargos pelos principais importadores sinaliza que os embarques previstos para 2017 não serão afetados, afirmou nesta terça-feira o presidente da associação que representa o setor (Abiec), Antonio Camardelli.

Entretanto, muitos processos para abertura de novos mercados à carne do Brasil, líder global na exportação, deverão ser impactados, acrescentou ele.

"Volume e receita talvez não modifique, mas em relação ao processo de imagem e o que tínhamos galgado em relação a novos mercados, tínhamos várias negociações andamento. Dificulta um pouco a abertura de novos mercados, como Coreia do Sul, Japão e Taiwan", disse Camardelli à Reuters.

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) estima que exportações de carne bovina do Brasil deverão crescer cerca de 7 por cento em 2017 para 1,5 milhão de toneladas. Em faturamento, a previsão para este ano é de 6 bilhões de dólares, ante 5,5 bilhões em 2016.

Entre os principais exportadores de carne bovina do Brasil estão empresas como JBS, Marfrig e Minerva.

A declaração de Camardelli ocorreu após Hong Kong, um dos maiores importadores de carnes do Brasil, ter anunciado nesta terça-feira a suspensão de embargos ao produto brasileiro.

Juntamente com a China, que suspendeu a proibição no último sábado, Hong Kong comprou quase um terço dos 14 bilhões de dólares em exportações de carnes (bovina, suína e de frango) realizadas pelo Brasil no ano passado.

Segundo Camardelli, as exportações caíram mais de 40 por cento em receita e volume na semana de 20 a 26 de março, ante o período anterior, como consequência de embargos declarados por consequência da operação da PF que investiga pagamentos de propinas a fiscais agropecuários da indústria de carnes.

Camardelli avalia que os embarques em abril já deverão se recuperar, com muitos contêineres de carne que ficaram represados nos portos sendo liberados, após o governo brasileiro ter conseguido suspender os embargos dos principais países importadores.

"Em marco, a exportação vai ser afetada, mas a expectativa que se tem é que obrigatoriamente, no decorrer dos próximos dias, os contêineres retidos seguramente vão ser deslocados ao seu destino natural. Então vamos ter um resultado melhor nas primeiras semanas de abril", declarou ele.

Após o anúncio da operação em 17 de março, o governo brasileiro bloqueou exportações das 21 fábricas citadas no caso. Assim, o país deve usar outras empresas liberadas para realizar seus embarques.

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