A Sondagem Indústria da Construção ouviu 296 empresas, sendo 110 de pequeno porte, 126 de médio porte e 60 de grande porte. As entrevistas foram feitas entre 6 e 17 de março (Eduardo Frazão/Exame)
Repórter
Publicado em 28 de março de 2025 às 13h13.
Última atualização em 28 de março de 2025 às 13h37.
Os empresários da indústria da construção seguem pessimistas em relação às condições atuais da economia e das empresas e às expectativas acerca da economia brasileira. É o que aponta a Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta sexta-feira, 28, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
O levantamento mostra que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Indústria da Construção registrou uma leve alta de 0,3 ponto em março de 2025, alcançando 49,6 pontos. De acordo com a metodologia, valores acima de 50 pontos indicam confiança do empresário e quanto mais acima de 50 pontos, maior e mais disseminada é a confiança.
Apesar da aproximação com a linha divisória de 50 pontos, o resultado indica que a confiança dos empresários do setor sobre a economia segue em patamar pessimista pelo terceiro mês consecutivo.
O indicador reflete a percepção dos empresários sobre as condições atuais da economia brasileira e do setor da construção. Segundo a pesquisa, a avaliação sobre os últimos seis meses é predominantemente negativa, apontando um cenário desafiador para as empresas.
"A construção ainda se beneficia dos juros mais baixos do início do ano passado e de mudanças no Minha Casa, Minha Vida, que permitiram ao setor fazer investimentos de longo prazo. No entanto, os empresários mostram bastante preocupação para os próximos meses, justamente por conta das taxas de juro elevadas, que afetam tanto a demanda quanto os custos do setor", afirma Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.
Quando projetam o futuro, no entanto, os empresários demonstram uma dicotomia: embora se mantenham pessimistas quanto à economia brasileira nos próximos seis meses, mostram otimismo em relação ao desempenho de suas próprias empresas no mesmo período.
O ICEI é um indicador importante para medir o nível de confiança dos empresários industriais, sendo utilizado para avaliar tendências e perspectivas econômicas. Com a construção civil desempenhando papel fundamental na economia do país, a continuidade da falta de confiança pode impactar decisões de investimento e expansão do setor nos próximos meses.
No caso da intenção de investimento da indústria da construção, o levantamento da CNI identificou um avançou de 0,8 ponto para 42,8 pontos em março. O movimento, porém, não foi suficiente para reverter a queda de 3,1 pontos no mês de fevereiro.
Segundo a pesquisa, a intenção de investimento continua em patamar inferior ao verificado no final do ano passado.
Já os índices de evolução do nível de atividade e do número de empregados cresceram na comparação com os dois primeiros meses do ano. O índice de atividade ficou em 46,9 pontos, ante os 43,7 pontos registrados em janeiro e os 46,2 pontos de fevereiro de 2024.
Em número de empregados, o índice registrou 48,2 pontos. No mês anterior, o indicador ficou em 45,6 pontos. Em fevereiro do ano passado, marcou 46 pontos.
De acordo com o levantamento, a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) da indústria da construção permaneceu em 67%, na passagem de janeiro para fevereiro. O mesmo percentual registrado em fevereiro do ano passado.
A Sondagem Indústria da Construção ouviu 296 empresas, sendo 110 de pequeno porte, 126 de médio porte e 60 de grande porte. As entrevistas foram feitas entre 6 e 17 de março.