Economia

Índice de preços de Alimentos da FAO recua pelo 5º ano seguido

No acumulado de 2016, o índice encerrou em 161,6 pontos, queda de 1,5% ante o ano anterior

Alimentos: a frustração nos preços dos cereais, carne e lácteos jogaram o indicador para baixo (thinkstock)

Alimentos: a frustração nos preços dos cereais, carne e lácteos jogaram o indicador para baixo (thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de janeiro de 2017 às 10h07.

São Paulo - O Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) encerrou em 172 pontos em dezembro de 2016, praticamente inalterado ante os 171,3 registrados em novembro.

O desempenho foi sustentado pelos fortes ganhos nos preços dos óleos vegetais e dos lácteos. Para o acumulado de 2016, entretanto, o índice encerrou em 161,6 pontos, queda de 1,5% ante o ano anterior, figurando como o quinto recuo anual seguido.

Apesar de os preços do açúcar e dos óleos vegetais terem subido significativamente em 2016, a frustração nos preços dos cereais, carne e lácteos jogaram o indicador para baixo.

Ajudando a sustentar o indicador geral, os óleos vegetais avançaram 7,4 pontos (4,2%) em dezembro ante novembro, para 183 pontos, maior valor desde julho de 2014.

O resultado foi impulsionado pelas altas do óleo de palma, ainda favorecido pelos baixos estoques globais, e também pelo óleo de soja, que tem se valorizado diante das preocupações com o clima na Argentina.

No acumulado do ano, o índice encerrou em 164 pontos, alta de 11,4% ante 2015, mas abaixo dos valores recordes registrados nos 5 anos anteriores.

Também com forte valorização, o índice de lácteos subiu 6,2 pontos (3,3%) em dezembro ante novembro, para 192,6 pontos. Os preços avançaram moderadamente para a manteiga, queijo e leite em pó.

A produção mais restrita de leite na União Europeia (UE) e Oceania e a consistente demanda internacional continuaram a dar suporte ao mercado. No acumulado de 2016, entretanto, o indicador recuou 4% ante 2015, apesar de os preços terem registrado uma recuperação substancial a partir do meio do ano.

O preço dos cereais avançou apenas 0,5% ante novembro, para 142,1 pontos em dezembro. O arroz aumentou ligeiramente no mês, puxado por medidas implementadas na Tailândia para conter os preços locais e também pela forte demanda pelo alimento no Paquistão.

Além disso, enquanto as cotações de milho também se firmaram em dezembro, principalmente por causa de preocupações climáticas e da forte demanda, o trigo recuou com as estimativas acima do previsto para a produção na Austrália, Canadá, Rússia e Argentina. Ademais, o indicador encerrou em 147 pontos no ano, queda de 9,6% ante 2015 e 39% abaixo do seu pico em 2011.

Na contramão, o preço internacional de carnes recuou 1,8 pontos (1,1%) em dezembro, para 161,5 pontos. As cotações de carne ovina e bovina recuaram mais acentuadamente, enquanto frango e suínos apresentaram apenas leves quedas.

Apesar do crescimento moderado durante o ano, o índice perdeu 7% em 2016. As maiores quedas registradas foram de carne bovina e frango.

Já o índice de preço do açúcar liderou as perdas e recuou 24,6 pontos (8,6%) ante novembro. O movimento foi influenciado pela contínua desvalorização do real ante o dólar durante o ano, o que estimula as exportações brasileiras do alimento.

No acumulado do ano, entretanto, o índice de preço do açúcar subiu 34,2%, para 255,9 pontos - o primeiro aumento anual desde o pico de 369 pontos em 2011. O movimento refletiu os baixos estoques no Brasil, Índia e Tailândia.

Acompanhe tudo sobre:AlimentosCarnes e derivadosCereaisIndicadores econômicosPreços

Mais de Economia

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor

Opinião: nem as SAFs escapam da reforma tributária