Economia

Índice de atividade econômica do BC surpreende e sobe 0,36%

O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia: serviços, indústria e agropecuária


	Comércio: IBC-Br é considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto
 (Alexandre Battibugli / EXAME)

Comércio: IBC-Br é considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (Alexandre Battibugli / EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2015 às 11h36.

São Paulo - A atividade econômica brasileira avançou 0,36 por cento em fevereiro sobre o mês anterior, segundo índice do Banco Central divulgado nesta quarta-feira, em resultado melhor que o esperado, mas que não indica um horizonte melhor para o crescimento do país daqui para frente, na visão de economistas.

O número de fevereiro do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do BC --considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB)-- representou a alta mais forte do indicador desde julho do ano passado, na sequência de um recuo de 0,11 por cento registrado em janeiro na comparação mensal, com dados dessazonalizados.

A expectativa em pesquisa da Reuters era de queda de 0,20 por cento para o IBC-Br em fevereiro, de acordo com a mediana das projeções de analistas consultados pela Reuters.

Apesar do índice ter vindo acima das expectativas, analistas apontaram que as projeções para o desempenho da economia no primeiro trimestre do ano continuam sendo de queda.

Segundo o economista da Tendências Rafael Bacciotti, o resultado da atividade econômica medida pelo BC em fevereiro pode ter embutido alguma questão de ajuste sazonal.

"Essa alta na margem de fato não reverte uma tendência de enfraquecimento, refletindo tanto a própria dinâmica de produção, que continua numa tendência de queda, quanto a própria dinâmica do varejo", disse. Um economista-chefe que pediu para não ser identificado disse à Reuters que o resultado "foi ponto melhor que o esperado de um indicador que o mercado não consegue aproximar tão bem assim", sem força para mudar um cenário que segue apontando para queda da atividade econômica no primeiro trimestre.

No ano o IBC-Br acumula queda de 1,10 por cento. Na comparação com fevereiro de 2014, o índice caiu 0,86 por cento, e em 12 meses recuou 0,60 por cento.

"Eu sinceramente fiquei na dúvida do que aconteceu", avaliou o estrategista da Icap Corretora Juliano Ferreira sobre o desempenho positivo do índice ante janeiro.

Ele lembrou que o detalhamento de cálculo do IBC-Br não é aberto, o que torna mais difícil a tarefa de identificar a causa exata da variação.

"Todas as variáveis do meu modelo apontavam para baixo", completou ele, citando especificamente dados da indústria e do varejo para o mês. Em fevereiro, a produção industrial mostrou perda generalizada entre as categorias e recuou 0,9 por cento, anulando o ganho visto em janeiro.

Já o varejo, outrora destaque da economia, contrariou as expectativas em fevereiro com queda de 0,1 por cento sobre o mês anterior, registrando na comparação anual o maior declínio em mais de uma década, de 3,1 por cento. Na visão do vice-presidente do Conselho Federal de Economia, Júlio Miragaya, é preciso ter moderação na leitura do índice mensal para "não tomar qualquer sintoma positivo como tendência de que a coisa vai tomar rumo".

"É dado positivo, mas que não nos permite afirmar que estamos numa trajetória de recuperação da economia", disse ele, que também mantém perspectiva de queda para a atividade econômica no primeiro trimestre do ano. O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia: serviços, indústria e agropecuária, assim como os impostos sobre os produtos.

*Atualizado às 11h35

Acompanhe tudo sobre:Banco Centraleconomia-brasileiraIndicadores econômicosMercado financeiroPIB

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação