Índia usa medicina ancestral para estimular economia
ÀS SETE - O governo da Índia vai inaugurar, nesta terça-feira, seu primeiro instituto de Ayurveda, filosofia médica mais antiga da qual se tem registro
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2017 às 06h29.
Última atualização em 17 de outubro de 2017 às 10h00.
O governo da Índia vai inaugurar, nesta terça-feira, seu primeiro instituto de Ayurveda, filosofia médica mais antiga da qual se tem registro, que significa “ciência da vida”.
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O instituto vai funcionar como um órgão autônomo do Ministério de Ayurveda, Yoga e Naturopatia, Unani, Siddha e Homeopatia, criado em 2014 pelo primeiro-ministro Narendra Modi, e seguirá os moldes dos outros institutos públicos de ciências médicas do país.
A ayurveda existe há mais de 5.000 anos e, nela, acredita-se que a saúde é alcançada pelo equilíbrio entre corpo, mente e alma e que uma boa digestão é crucial para uma vida saudável.
Na All India Institute of Ayurveda (AIIA), serão oferecidos uma série de cursos de pós-graduação e PhD, divididos em 25 especialidades diferentes, além de atendimento clínico. O objetivo é ter um centro de referência científica da filosofia no país, para atender a crescente demanda global por produtos e tratamentos ayurvédicos.
O primeiro-ministro Narendra Modi tem defendido, desde que assumiu, que a ayurveda pode se tornar uma ferramenta para disseminar a saúde de baixo custo pelo mundo.
Dados do governo apontam que o mercado ayurvédico hoje vale 2,5 bilhões de dólares e, em 2022, deve valer mais de 8 bilhões de dólares.
Estima-se que o mercado da yoga valha em torno de 30 bilhões de dólares. Investir nesse mercado faz parte do plano do governo de estimular o aquecimento da economia, e transformar os atuais 440 bilhões de dólares em exportações num montante trilionário até 2022.
O orçamento do instituto será de 23 milhões de dólares, e será reconhecido pelo NABH, conselho que reconhece as organizações médicas indianas. A ideia é aliar os tradicionais conhecimentos às novas tecnologias.
Apesar de ser uma ciência tradicional indiana, uma pesquisa da Apollo, rede indiana de hospitais, revelou que apenas 10% da população visita centros de ayurveda atualmente.
O governo tem a ambição de atrair pacientes de doenças crônicas que não conseguem tratamento para o país e de ampliar o turismo médico na Índia.
É um empurrão a mais para o país manter a taxa de crescimento acima dos 7%, como foi em 2016.