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Incerteza da economia avança para maior nível desde setembro

Segundo a FGV, no âmbito interno, a incerteza foi impulsionada pela instabilidade e a tendência à revisão de indicadores da economia

IIE-Br: Indicador de Incerteza da Economia avançou 8,1 pontos em abril ante março, para 117 3 pontos (Marcello Casal jr/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de abril de 2019 às 09h13.

O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) da Fundação Getulio Vargas avançou 8,1 pontos em abril ante março, para 117 3 pontos, o maior nível desde setembro de 2018 (121,5 pontos). Segundo a FGV, no âmbito interno, a incerteza foi impulsionada pela instabilidade e a tendência à revisão de indicadores da economia. No cenário externo, a expectativa está relacionada com a guerra comercial de Estados Unidos e China.

"Nos próximos meses, na medida em que o governo consiga avançar no alinhamento com o Congresso, é possível que o indicador volte a recuar" afirma a pesquisadora Raíra Marotta, da FGV Ibre.

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A alta do IIE-Br foi influenciada por todos os seus componentes. O componente de Mídia subiu 6,4 pontos entre março e abril de 2019, contribuindo com 5,6 pontos para o resultado agregado. O componente de Expectativa registrou alta de 11,4 pontos no mesmo período, contribuindo com 2,5 pontos para o comportamento final do indicador.

Serviços

O Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 0,9 ponto na passagem de março para abril, registrando 92,1 pontos, na série com ajuste sazonal, informou nesta terça-feira, 30, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com a queda do ICS em abril, o índice no ano registra perda acumulada de 2,5 pontos. Segundo a FGV, o resultado mostra que o setor ainda encontra dificuldades no início do segundo trimestre.

"Ao contrário do que aconteceu nos últimos meses, a queda em abril foi influenciada por uma piora da percepção com o momento presente, enquanto o indicador de expectativas ficou relativamente estável. Nesse contexto, o resultado ainda não sugere uma reversão da tendência de recuperação do setor, mas o ritmo lento de atividade ainda deve persistir", analisa Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre.

De acordo com a FGV, o Índice de Situação Atual (ISA-S) recuou 2 1 pontos, atingindo 87,2 pontos, menor nível desde outubro de 2018 (86,6 pontos).

Os dois quesitos que compõem o ISA-S contribuíram negativamente no mês de abril. O indicador de volume de demanda atual diminuiu 2,6 pontos, para 86,6 pontos, e o indicador situação atual dos negócios caiu 1,5 ponto, para 87,9 pontos. Ambos retornam a níveis menores desde outubro de 2018.

No caso do IE-S, que mede a expectativa, houve relativa estabilidade, considerando a variação positiva de 0,2 ponto no mês, que passou para 97,1 pontos. O indicador de demanda prevista nos próximos três meses foi o que contribuiu para o resultado positivo do IE-S, ao avançar 0,8 ponto, para 95,7 pontos. Já o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses diminuiu 0,3 ponto, para 98,5 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) do setor de Serviços recuou 1,3 ponto porcentual, para 81,7%, devolvendo grande parte da a alta do mês anterior (1,5).

Pelo terceiro mês consecutivo, o indicador que mede o Emprego Previsto recuou 1,3 ponto, para 104,9 pontos, acumulando perda de 5,1 pontos. Diante da frustração quanto ao rumo da economia, os empresários vêm calibrando as suas expectativas e reduzindo a intenção de contração nos próximos meses.

Em abril, a parcela de empresas com intenção de aumentar o total de pessoal nos três meses seguintes ficou em 17,5%, o menor porcentual desde novembro de 2018 (17,4%).

A edição de abril de 2019 coletou informações de 1907 empresas entre os dias 01 e 25 deste mês.

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