Economia

Inadimplência em São Paulo tem maior índice desde 2007

O levantamento feito mensalmente desde de fevereiro de 2004 indicou que 21,8% dos moradores da capital paulista estavam com contas atrasadas em abril

Em março, o número era 18,5% (Stock Exchange)

Em março, o número era 18,5% (Stock Exchange)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2012 às 21h21.

São Paulo - O percentual de paulistanos inadimplentes é o maior desde 2007, segundo pesquisa divulgada hoje (4) pela Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio-SP). O levantamento feito mensalmente desde de fevereiro de 2004 indicou que 21,8% dos moradores da capital paulista estavam com contas atrasadas em abril. Em março, o número era 18,5%.

Para a economista da Fecomercio Fernanda Della Rosa, o número chama a atenção, mas não chega a ser preocupante. A especialista acredita que somente com o resultado da pesquisa do mês de maio será possível fazer uma avaliação consistente da situação.

Entre os fatores que podem ter contribuído para o aumento da inadimplência, Fernanda Della Rosa aponta o crescimento da taxa de desocupação medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A última Pesquisa Mensal de Emprego (PME) indicou que o desemprego subiu para 6,2% em março, depois de ficar em 5,7% em fevereiro. O resultado é um pouco menor do que o observado no mesmo período de 2011, quando a taxa ficou em 6,5%.

Outra hipótese levantada pela economista é que os consumidores compraram além da capacidade nas liquidações de início de ano e agora enfrentam dificuldade com as prestações. O cartão de crédito é o principal meio de aquisição de dívidas, usado por 76,2% dos paulistanos devedores. Em seguida vem o crédito pessoal, com 19,6%, e os carnês, com 15,2%.

A Fecomercio aponta ainda que “parte considerável dos inadimplentes tem suas dívidas atreladas ao financiamento de veículos automotivos, que concentra 10,2% das dívidas das famílias”. A entidade ressalta que nível de inadimplência nessa modalidade de empréstimo é 5,52%, o maior desde o início da série histórica do Banco Central, aberta em 2000.

Della Rosa destaca, entretanto, que o percentual de pessoas endividadas “está baixo e controlado”. Em abril, 50,6% dos paulistanos tinham dívidas a pagar, uma redução de 1,6 ponto percentual em relação a março, mas 2,3 pontos percentuais acima do mesmo mês de 2011.

“Se o nível de endividamento estivesse muito alto, era preocupante”, ressaltou a economista. Ela pondera, no entanto, que “ainda há uma boa perspectiva de potencial de consumo” que deve favorecer o comércio no Dia das Mães, uma das melhores datas para o setor.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasFecomércioInadimplênciaMetrópoles globaissao-paulo

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor