Economia

Importação de commodities da China tem forte recuperação em novembro

Dado é um indicador da saúde da indústria chinesa em meio à fraqueza do setor imobiliário e às turbulências no cenário macroeconômico

O apetite por importações da segunda maior economia do mundo é um indicador da saúde da indústria chinesa (Reprodução/Stock.Xchng)

O apetite por importações da segunda maior economia do mundo é um indicador da saúde da indústria chinesa (Reprodução/Stock.Xchng)

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Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2011 às 12h34.

Pequim - As importações de commodities da China tiveram uma forte recuperação em novembro, confirmando as estimativas preliminares com volumes quase recordes de algodão e açúcar, mostraram dados divulgados nesta quarta-feira pela Administração Geral Alfandegária. O apetite por importações da segunda maior economia do mundo é um indicador da saúde da indústria chinesa em meio à fraqueza do setor imobiliário e às turbulências no cenário macroeconômico.

Os preços baixos em setembro e outubro encorajaram uma caça a barganhas que levou a embarques maiores, disseram analistas, destacando uma perspectiva de desaceleração moderada para a economia chinesa - em vez de uma queda repentina e significativa das condições de mercado, conforme temiam anteriormente os observadores. O aumento das importações também deve-se ao fato de o mês de novembro ter mais dias úteis que outubro, que teve uma semana de feriado, de acordo com analistas.

As importações de açúcar da China no mês passado subiram mais de 18 vezes frente igual intervalo de 2010, para 418.392 toneladas, segunda maior quantia mensal já registrada. A mais alta foi de 468.868 toneladas em setembro deste ano.

A produção doméstica nesta temporada provavelmente ficará abaixo da demanda pelo quarto ano consecutivo, previu o Rabobank em um relatório. Nos 11 primeiros meses de 2011, o país importou 2,42 milhões de toneladas de açúcar, alta de 48% ante o período de janeiro a novembro de 2010, informou a Administração Geral Alfandegária.


As importações chinesas de algodão em novembro totalizaram 378.124 toneladas, três vezes mais na comparação anual e 50% acima em relação a outubro. Este foi o segundo maior volume observado neste ano.

No acumulado, a China importou 2,57 milhões de toneladas da fibra, 8,3% acima da quantidade apurada nos 11 primeiros meses de 2010, segundo os dados alfandegários. O país é o maior produtor, consumidor e importador de algodão no mundo.

As importações de soja em novembro subiram 50% na comparação mensal e 4% na anual, para 5,7 milhões de toneladas. Confirmando números divulgados no começo deste mês, a administração revelou que 47,22 milhões de toneladas foram importadas de janeiro a novembro deste ano, 4,4% mais em relação aos 11 primeiros meses de 2010. O país é o principal importador do grão no mundo, obtendo boa parte das ofertas dos Estados Unidos, do Brasil e da Argentina.

As importações de milho, por sua vez, saltaram 211,6% ante novembro do ano passado, mas caíram 19,5% frente outubro, para 244.756 toneladas. Nos 11 primeiros meses de 2011, a China importou 1,18 milhão de toneladas, queda de 24% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. Os Estados Unidos forneceram 97% da quantidade importada em novembro, com Laos e Myanmar respondendo pelo restante.

Cobre e minério

As importações de cobre refinado da China subiram em novembro para 343.926 toneladas - seu segundo maior volume mensal e somente 35.017 toneladas a menos em relação ao volume recorde importado em junho de 2009 -, como resultado do cumprimento dos embarques dos contratos de fim de ano e os diferenciais de preços atrativos.

Os preços do cobre em Londres recuaram 7% em outubro, após caírem 24% em setembro. Em contraste, os preços do cobre em Xangai subiram 10% em outubro, após declinarem 22% em setembro.

A Alfândega da China afirmou que o país importou 64,2 milhões de toneladas de minério de ferro em novembro, um aumento de 29% em relação a outubro e seu terceiro maior volume mensal registrado.

Dados da Alfândega mostraram que a oferta de minério da Índia recuou, provocando queda de 24% das exportações para China de janeiro a novembro deste ano, em bases anuais. Em comparação, o volume das exportações do Brasil subiu 10,3% no mesmo período, enquanto o da Austrália avançou 11%. As informações são da Dow Jones.

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