Fila de desempregados em Madri: no total, a taxa de desemprego entre os imigrantes em 2010 aumentou mais do que o dobro que o da população nativa (Dominique Faget/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2012 às 09h02.
Paris - A crise econômica atingiu mais os imigrantes do que as populações nativas, em particular nos países mais afetados, como Irlanda, Espanha ou Itália, segundo um estudo da OCDE divulgado nesta segunda-feira em Paris.
Nestes países, grandes receptores de trabalhadores estrangeiros nos últimos anos, os "imigrantes foram afetados de maneira desproporcional pelo desemprego", alerta o estudo "Encontrar suas marcas: os indicadores da OCDE sobre a integração dos imigrados 2012".
Isto se deve, em parte, ao fato de trabalharem principalmente nos setores mais afetados pela crise, e pertencerem aos "grupos mais vulneráveis no mercado de trabalho, como os jovens ou as pessoas com pouca formação", segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
No total, a taxa de desemprego entre os imigrantes chegou a 11,9% em 2010, 2,7 pontos a mais em dez anos, mais do dobro que o da população nativa (+1 ponto).
No mesmo período, a crise empurrou os emigrantes dos países mais pobres em direção aos 34 integrantes da OCDE.
Em dez anos, o número de estrangeiros instalados na OCDE aumentou um terço, para passar a 110 milhões, 9% da população total, informam os autores do estudo.
"Primeira comparação realizada no conjunto dos países da OCDE", este relatório elogia Alemanha, Dinamarca, Finlândia e Suécia, que ,apesar da crise, realizaram "muitos esforços para integrar os imigrantes no mercado de trabalho nestes últimos anos".