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IGP-DI sugere repasse cambial moderado à inflação

Na manhã desta sexta-feira, 6, a FGV divulgou o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que acelerou de 0,14% em julho para 0,46% em agosto

Indústria: "Talvez a conjuntura esteja obrigando as empresas a perder um pouco de margem (de lucro)", avaliou o coordenador de análises econômicas da FGV (Paulo Whitaker/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2013 às 15h18.

Rio - O coordenador de análises econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, afirma que o repasse da alta do dólar para a inflação está acontecendo de maneira mais lenta e difusa do que o observado em outros momentos da economia.

Na manhã desta sexta-feira, 6, a FGV divulgou o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que acelerou de 0,14% em julho para 0,46% em agosto. "Está havendo, sim, repasse cambial, mas está sendo moderado, está acontecendo aos poucos", disse, em entrevista à imprensa para comentar o dado.

Um dos motivos para a demora no repasse é o fato de as indústrias estarem com estoques em alta. "O repasse vai ser diluído no tempo e talvez também na intensidade", afirmou. "Talvez a conjuntura esteja obrigando as empresas a perder um pouco de margem (de lucro)", avaliou.

Um exemplo de alta por causa do câmbio é um item que mede os custos da indústria, excluindo a volatilidade do setor alimentício (muito sujeito a variações climáticas).

Os materiais para manufatura, excluindo itens alimentares, aceleraram de 0,95% em julho para 1,96% em agosto. Estão incluídos aí produtos siderúrgicos, celulose e resinas, por exemplo. Produtos intermediários na cadeia industrial, estando entre a matéria-prima e o início do processo industrial e o produto final. "É um item muito sensível e mostra o efeito do câmbio", disse o coordenador.

Quadros pontuou que o repasse nos bens intermediários está acontecendo de maneira mais devagar do que no ano passado, quando houve alta do câmbio. "Este efeito ainda não chegou no varejo, se é que vai chegar na proporção que já vimos anteriormente."

Nas matérias-primas do atacado, o efeito do câmbio é mais claro na aceleração do minério de ferro, que saiu de uma deflação de -4,16% para -0,07%. A soja no atacado, por outro lado, apesar de seguir as cotações internacionais, foi favorecida por uma boa safra, e desacelerou de 1,15% em julho para 0,25% em agosto.

Segundo André Braz, economista da FGV, o efeito do câmbio é menos evidente na inflação ao consumidor. O IPC passou de uma baixa de -0,17% em julho para 0,20% em agosto.

Braz disse que a alta era esperada pois itens de alimentação, com peso grande no índice, tinham caído muito nos últimos meses, como foi o caso de alimentos in natura. "Não era um movimento sustentável", afirmou. Hortaliças e legumes passaram de uma baixa de -12,95% em julho, para -7,66% em agosto. Frutas, de -5,74% para 0,03% em agosto.

A alta do câmbio ao consumidor é mais evidente no pão francês, que passou de 0,42% para 2,04% em agosto. O pão sofre influência do trigo, que, além de ser cotado a preços internacionais, sofreu queda de safra.

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Rio - O coordenador de análises econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, afirma que o repasse da alta do dólar para a inflação está acontecendo de maneira mais lenta e difusa do que o observado em outros momentos da economia.

Na manhã desta sexta-feira, 6, a FGV divulgou o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que acelerou de 0,14% em julho para 0,46% em agosto. "Está havendo, sim, repasse cambial, mas está sendo moderado, está acontecendo aos poucos", disse, em entrevista à imprensa para comentar o dado.

Um dos motivos para a demora no repasse é o fato de as indústrias estarem com estoques em alta. "O repasse vai ser diluído no tempo e talvez também na intensidade", afirmou. "Talvez a conjuntura esteja obrigando as empresas a perder um pouco de margem (de lucro)", avaliou.

Um exemplo de alta por causa do câmbio é um item que mede os custos da indústria, excluindo a volatilidade do setor alimentício (muito sujeito a variações climáticas).

Os materiais para manufatura, excluindo itens alimentares, aceleraram de 0,95% em julho para 1,96% em agosto. Estão incluídos aí produtos siderúrgicos, celulose e resinas, por exemplo. Produtos intermediários na cadeia industrial, estando entre a matéria-prima e o início do processo industrial e o produto final. "É um item muito sensível e mostra o efeito do câmbio", disse o coordenador.

Quadros pontuou que o repasse nos bens intermediários está acontecendo de maneira mais devagar do que no ano passado, quando houve alta do câmbio. "Este efeito ainda não chegou no varejo, se é que vai chegar na proporção que já vimos anteriormente."

Nas matérias-primas do atacado, o efeito do câmbio é mais claro na aceleração do minério de ferro, que saiu de uma deflação de -4,16% para -0,07%. A soja no atacado, por outro lado, apesar de seguir as cotações internacionais, foi favorecida por uma boa safra, e desacelerou de 1,15% em julho para 0,25% em agosto.

Segundo André Braz, economista da FGV, o efeito do câmbio é menos evidente na inflação ao consumidor. O IPC passou de uma baixa de -0,17% em julho para 0,20% em agosto.

Braz disse que a alta era esperada pois itens de alimentação, com peso grande no índice, tinham caído muito nos últimos meses, como foi o caso de alimentos in natura. "Não era um movimento sustentável", afirmou. Hortaliças e legumes passaram de uma baixa de -12,95% em julho, para -7,66% em agosto. Frutas, de -5,74% para 0,03% em agosto.

A alta do câmbio ao consumidor é mais evidente no pão francês, que passou de 0,42% para 2,04% em agosto. O pão sofre influência do trigo, que, além de ser cotado a preços internacionais, sofreu queda de safra.

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