Economia

IBGE: Taxa de fecundidade diminuiu 20,1% na última década

O número de filhos por mulher no Brasil vem caindo gradualmente desde a década de 1960

O Censo revelou ainda que a mortalidade infantil caiu 47,6% na última década (Getty Images)

O Censo revelou ainda que a mortalidade infantil caiu 47,6% na última década (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2012 às 16h58.

Rio de Janeiro - A taxa de fecundidade no Brasil caiu para menos de dois filhos por mulher em 2010, abaixo do nível natural de reposição da população, de acordo com o Censo Demográfico 2010, que confirmou também que as brasileiras esperam agora um pouco mais antes de serem mães.

Os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa de fecundidade registrou uma queda de 20,1% na última década, ao passar de 2,38 filhos por mulher em 2000 para 1,9 em 2010.

O número de filhos por mulher no Brasil vem caindo gradualmente desde a década de 1960, quando o governo começou a divulgar métodos anticoncepcionais e as mulheres passaram a engrossar a força de trabalho.

A taxa caiu de 6,3 filhos por mulher em 1960 para 5,8 em 1970, 4,4 em 1980 e 2,9 em 1990. De acordo com o organismo, a taxa de 2010 está abaixo do nível que garante a substituição natural das gerações.

O Censo mostrou também que as mulheres brasileiras estão esperando um pouco mais para ter filhos, já que, apesar do aumento do número de adolescentes grávidas, a idade média de fecundidade passou de 26,3 anos em 2000 para 26,8 anos em 2010.

Segundo o IBGE, que constatou uma redução no número de adolescentes grávidas por falta de informação sobre métodos anticoncepcionais, até o ano 2000 era esperado um aumento da concentração de fecundidade nos grupos de entre 15 e 24 anos, mas na última década essa tendência perdeu força.

De acordo com o Censo, as mulheres de entre 15 e 19 anos tiveram uma participação de 17,7% na fecundidade das brasileiras em 2010, contra 18,8% dez anos antes. A participação das mulheres de entre 20 e 24 anos na fecundidade caiu 29,3% em 2000 para 27% em 2010.

"Apesar desse último grupo ainda responder pela maior percentagem da fecundidade nacional, o padrão em 2010 está mais dilatado, com aumento da participação na faixa acima de 30 anos", segundo o comunicado do IBGE.

O Censo revelou ainda que a mortalidade infantil caiu 47,6% na última década e passou de 29,7 mortes para cada mil crianças de menos de um ano nascidos vivos em 2000 para 15,6 em 2010.

Segundo o IBGE, o Brasil já alcançou níveis aceitáveis de mortalidade infantil, mas ainda está longe de igualar as taxas do Japão e de países europeus, onde o índice é de cinco mortes por cada mil nascidos vivos.

Outros dados recolhidos pelo Censo mostram que 23,9% dos brasileiros disseram ter algum tipo de deficiência física, em sua maioria visual (18,8%), motora (7%), auditiva (5,1%) e mental (1%) - o que significa que em 2010 havia 45,6 milhões de deficientes no país.

As estatísticas igualmente revelaram uma melhoria nos índices de educação: a percentagem de brasileiros com formação universitária saltou de 4,4% em 2000 para 7,9% em 2010; o de crianças com menos de 14 anos fora da escola caiu de 5,5% para 3,3%, e o de pessoas com mais de dez anos sem educação primária completa caiu de 65,1% para 50,2%. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCriançasDados de BrasilEstatísticasIBGEMulheres

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor