Conteúdo adulterado com IA atribui falsas declarações ao ministro da Fazenda ( Hollie Adams/Bloomberg/Getty Images)
Redatora
Publicado em 9 de janeiro de 2025 às 21h07.
Um vídeo adulterado com uso de inteligência artificial (IA) levou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a desmentir rumores sobre a criação de novos impostos, como o suposto tributo sobre operações no Pix e compra de dólar. "Imposto sobre Pix é mentira, imposto sobre quem compra dólar é mentira", afirmou Haddad, em declaração oficial compartilhada nas redes sociais do Ministério da Fazenda.
“Estão circulando fake news. Isso prejudica o debate público, a democracia”, disse Haddad. O ministro destacou que muitas pessoas não têm tempo de verificar informações falsas, o que aumenta o impacto desse tipo de material. Ele reforçou que "a única coisa verdadeira" entre os temas abordados é que empresas de apostas esportivas, conhecidas como bets, serão tributadas como qualquer outro negócio.
A Advocacia-Geral da União (AGU) notificou o Facebook para que remova o vídeo falso em até 24 horas. Segundo a notificação, o conteúdo manipulado distorce a imagem do ministro ao apresentar declarações inexistentes sobre temas de interesse público, como impostos sobre pré-natal e animais de estimação.
A notificação da AGU detalha que o vídeo apresenta evidências claras de manipulação digital. “A análise do material evidencia a falsidade das informações por meio de cortes bruscos, alterações perceptíveis na movimentação labial e discrepâncias no timbre de voz, típicas de conteúdos forjados com o uso de inteligência artificial generativa”, diz o documento.
De acordo com a AGU, o conteúdo viola os Termos de Uso do Facebook, que proíbem o uso da plataforma para fins ilegais. Além disso,o material contraria os Padrões da Comunidade, que recomendam a remoção de publicações que interferem no funcionamento de processos políticos, como a disseminação de desinformação em temas sensíveis.
A AGU argumenta que conteúdos como o vídeo em questão têm o objetivo de confundir o público e enfraquecer a imagem de líderes públicos, além de comprometer o ambiente democrático. O órgão estabelece que caso o pedido de remoção não seja aceito, o vídeo seja tarjado para informar que foi gerado por IA e tem conteúdo alterado.