Economia

Guedes: "Não há desculpas para a criação de novas despesas permanentes"

Guedes afirmou que Bolsonaro defende a manutenção do teto de gastos e que a equipe econômica prevê queda de 4% do PIB de 2020

Guedes: "As medidas para conter a pandemia nunca foram desculpa para continuar gastando" (Adriano Machado/Reuters)

Guedes: "As medidas para conter a pandemia nunca foram desculpa para continuar gastando" (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de outubro de 2020 às 12h01.

Última atualização em 19 de outubro de 2020 às 12h03.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que irá lutar pelo teto de gastos enquanto for necessário e, que quando o debate se tornou público, o presidente Jair Bolsonaro não hesitou em apoiar a posição da equipe econômica. Guedes participa do evento online US-Brazil Connect Summit, organizado pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos. "O presidente está claramente do nosso lado", garantiu.

Segundo o ministro, não há desculpa para a criação de despesas permanentes. "As medidas para conter a pandemia nunca foram desculpa para continuar gastando", defendeu.

Guedes ainda destacou que há uma proposta no Congresso para impedir o crescimento do piso dos gastos, com a desindexação, que deve ser votada nos próximos 40 dias. "As reformas devem ser analisadas e votadas pelo Congresso após eleições municipais. Precisamos acelerar e diversificar programa de privatizações. Do primeiro ao último dia do governo, estaremos promovendo reformas."

Segundo Guedes, há um grande problema de indexação de gastos no Brasil. "Nenhuma outra economia tem teto de gastos com grande indexação de despesas como o Brasil." O ministro afirmou que o governo do presidente Michel Temer criou o teto de gastos, mas não "as paredes necessárias" para mantê-lo. "As reformas são para congelar o crescimento do piso de gastos, que pressiona o teto. O teto de gastos é um símbolo, uma bandeira, para defender gerações futuras."

Retomada em 'V'

O ministro da Economia repetiu que a retomada do crescimento no Brasil em meio à crise provocada pelo novo coronavírus está ocorrendo de forma acelerada, em "V". Ele voltou a destacar que, no momento que o mundo foi atingido pela pandemia, o Brasil decolava, enquanto a economia global desacelerava.

Além disso, Guedes repetiu que as previsões iniciais eram de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cairia 10% e que agora as projeções de mercado estão em recuo de 5,5% e 5,0%. "Mas achamos que será menos, uma queda de cerca de 4%."

Segundo o ministro, o auxílio emergencial salvou "os sinais vitais da economia". "O Brasil gastou 10% do PIB nessa operação de resgate na pandemia. O gasto foi o dobro dos emergentes, mas sem arrependimento." O ministro ainda afirmou que o Brasil é a quarta maior economia digital do mundo.

Parceria com os EUA

No mesmo evento, o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, afirmou que a parceria com os Estados Unidos é essencial para o País virar uma economia de mercado. Brasil e EUA estão para assinar um acordo triplo: de facilitação de comércio, de melhores práticas regulatórias e anticorrupção. Araújo citou iniciativas de parcerias entre dois países. "Abrimos portas com os EUA em defesa, tecnologia, comércio e segurança", afirmou. "Trabalhamos para promover democracia e combate a crime organizado e terrorismo na América do Sul."

O chanceler ainda disse que conversa com os americanos sobre como a recuperação global deve se apoiar em democracia e liberdade. "Queremos mudar o Brasil, mudar região e ajudar a mudar o mundo."

Araújo também afirmou que o País está trabalhando para fechar um acordo comercial com os Estados Unidos no curto prazo. Ele destacou que o País tem trabalhado em soluções para mercados específicos, como de aço, etanol e açúcar. Segundo o ministro, a velocidade desses acordos deve-se a uma nova postura com relação aos Estados Unidos no governo Jair Bolsonaro. "Precisamos dos investimentos e da inovação que parceria com EUA pode fornecer."

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