Economia

Guedes: Governo já poderia contar com 260 votos para aprovar Previdência

Segundo o ministro, haveria cem votos "velados" a favor; proposta precisa da aprovação de 308 deputados federais

Paulo Guedes: ministro tem agenda de mudanças econômicas para governo Bolsonaro (Valter Campanato/Agência Brasil)

Paulo Guedes: ministro tem agenda de mudanças econômicas para governo Bolsonaro (Valter Campanato/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de março de 2019 às 14h46.

Rio - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira, 15, que o governo federal já poderia contar com 260 votos para aprovar a proposta de emenda constitucional (PEC) sobre a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. Segundo o ministro, a PEC já teria 160 votos "declarados" a favor da reforma.

"O Onyx Lorenzoni, ministro-chefe da Casa Civil, tem uma conta que chega a 260", afirmou Guedes, durante palestra que se estendeu por 57 minutos, no seminário "A Nova Economia Liberal", na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio.

Segundo o ministro, haveria na contas de Onyx cem votos "velados" a favor. Para aprovar uma PEC é preciso de um mínimo de 308 votos favoráveis na Câmara. "Sai ainda no primeiro semestre a reforma da Previdência", afirmou o ministro, sem especificar se estaria se referindo apenas à aprovação na Câmara ou se levava em conta a aprovação final no Senado Federal. Ele também disse que acredita que a PEC não terá seu impacto fiscal "desidratado" pelo Congresso.

Ao longo de sua palestra, Guedes defendeu a reforma da Previdência e o programa econômico comandado por ele e sua equipe. Segundo o ministro, o programa "está andando", mas "quem dá o timing é a política". A vontade da equipe econômica, disse ele, seria tomar várias medidas e fazer as reformas "ao mesmo tempo". No campo tributário, por exemplo, a ideia é fazer uma simplificação geral, juntando impostos federais indiretos num só. "Já existe a ideia de um imposto único federal", afirmou Guedes.

Guedes voltou a demonstrar otimismo com a tramitação da reforma da Previdência no Congresso Nacional. Disse que "há maturidade muito grande na classe política" e elogiou os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

O ministro também voltou a citar a proposta de mudar a Constituição para desvincular e desindexar os orçamentos públicos em todas as esferas de governo. O objetivo de medida seria diminuir a concentração dos recursos tributários no "topo", na União.

"Está na hora de os políticos assumirem o protagonismo e reabilitar a classe política brasileira", afirmou Guedes. Como exemplo de proposta para descentralizar recursos num redesenho do pacto federativo, Guedes comentou a intenção de mudar a distribuição da riqueza oriunda da exploração do petróleo na camada pré-sal. A ideia, segundo o ministro, seria distribuir 70% dos US$ 1 trilhão arrecadados ao longo de 15 anos para Estados e municípios. Guedes, que deixou o evento na FGV sem falar com a imprensa, não detalhou como chegou a esse valor.

Acompanhe tudo sobre:Governo BolsonaroPaulo GuedesReforma da Previdência

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto