Economia

Guedes diz que governo 'tentará novamente' desonerar a folha de pagamentos

No início do governo, Guedes defendeu a criação de um tributo sobre transações financeiras, nos moldes da antiga CPMF, para financiar a redução de tributos sobre salários

 (Washington Costa/ASCOM/ME/Flickr)

(Washington Costa/ASCOM/ME/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de abril de 2022 às 21h30.

Última atualização em 11 de abril de 2022 às 21h31.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo "tentará novamente" desonerar a folha de pagamentos. Em evento virtual da Associação Comercial e Empresarial (ACIM) de Maringá (PR), ele afirmou que tentou fazer isso durante a reforma da Previdência, com a aprovação de um imposto que permitisse a redução de encargos trabalhistas, mas que não foi aprovado.

No início do governo, Guedes defendeu a criação de um tributo sobre transações financeiras, nos moldes da antiga CPMF, para financiar a redução de tributos sobre salários. "Nós vamos tentar novamente, nós não desistimos porque vamos na verdade desonerar a folha de pagamentos", disse nesta segunda-feira, 11, o ministro. "O programa do segundo mandato é o mesmo, só que aprofundado."

Guedes disse ainda que o governo não pode ter "essa tolerância" com o grau de desigualdade existente e afirmou serem necessárias medidas voltadas para a educação e transferência de renda. "Quem ganha menos que o mínimo pode receber um estimulo pra trabalhar, uma ajuda da gente", completou.

O ministro voltou a falar em usar recursos arrecadados com a venda de empresas estatais para um fundo de erradicação da pobreza.

Programa do segundo mandato é o mesmo, só que aprofundado

Guedes disse que, num eventual novo mandato do presidente Jair Bolsonaro, o programa econômico será "o mesmo, só que aprofundando". Ele afirmou que o governo reencaminhará o texto de reforma tributária defendido pela equipe econômica, com imposto de renda menor para pessoa física e jurídica e tributação de lucros e dividendos.

Segundo Guedes, a tributação sobre lucros e dividendos seria de 15% apenas sobre o montante que exceder R$ 400 mil por mês. "Estamos tributando só 15% aos superricos, e isso dá recursos suficientes para desonerar 32 milhões de brasileiros na pessoa física e 4 milhões de empresas que também teriam IRPJ reduzido", disse.

Ele defendeu que apenas Brasil e Estônia não tributam lucros e dividendos e afirmou que lobbies pararam a reforma tributária no Congresso. Segundo ele, o modelo defendido pelo governo beneficia o empresário, que teria o imposto reduzido a 23%.

"Nossa reforma é relativamente simples, desonera empresas e classe média e tributa superricos quando tiram dinheiro da empresa. Se ele deixar dinheiro na empresa, o imposto vai cair. O que nos interessa - emprego, renda, inovação, aumento de produtividade -, isso acontece na empresa. Não quero tributar mais a empresa. Mas se você está consolidado e quer tirar dinheiro da empresa, paga só 15% antes de comprar avião, iate, jatinho próprio", disse, completando: "Nossa reforma é pró-mercado".

Segundo Guedes, a reforma tributária terá que ser feita. "Tomara que seja por nós. Qualquer outro grupo que entrar vai botar (reforma) tudo no progressivo", disse.

 

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraPaulo GuedesPrevidência privada

Mais de Economia

Com mais renda, brasileiro planeja gastar 34% a mais nas férias nesse verão

Participação do e-commerce tende a se expandir no longo prazo

Dívida pública federal cresce 1,85% em novembro e chega a R$ 7,2 trilhões

China lidera mercado logístico global pelo nono ano consecutivo