Economia

Grécia obterá mais tempo, mas não ajuda imediata nesta 2a

Empréstimos têm sido adiados desde que Atenas saiu do rumo de realizar reformas e cortes orçamentários prometidos


	Manifestante durante greve geral na Grécia nessa semana: os ministros podem ter de discutir a questão mais tarde nesta semana, seja frente a frente ou por teleconferência
 (Getty Images)

Manifestante durante greve geral na Grécia nessa semana: os ministros podem ter de discutir a questão mais tarde nesta semana, seja frente a frente ou por teleconferência (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2012 às 16h08.

Bruxelas - Os governos da zona do euro não chegarão a um acordo sobre o desembolso de mais dinheiro para a altamente endividada Grécia nesta segunda-feira, apesar de o país ter aprovado um duro orçamento para 2013, porque não há ainda um consenso sobre como tornar a dívida do país sustentável pelos próximos dez anos.

Ministros das Finanças reunidos em Bruxelas devem, no entanto, dar a Atenas dois anos mais para promover os cortes orçamentários exigidos, uma concessão que vai requerer financiamento de cerca de 32 bilhões de euros, de acordo com um esboço do documento preparado para o encontro.

Empréstimos têm sido adiados desde que Atenas, que recebeu dois pacotes de resgate da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI), saiu do rumo de realizar reformas e cortes orçamentários prometidos, em parte como resultado da realização de duas eleições em um espaço de três meses neste ano.

Mas no domingo, o Parlamento grego aprovou um orçamento austero para 2013, depois de na quarta-feira passada ter aprovado um pacote de reformas estruturais, atendendo às condições para a liberação da próxima parcela de 31,5 bilhões de euros em ajuda de emergência por parte da zona do euro.


Mas autoridades afirmaram que a quantia não seria liberada, uma vez que ministros esperam que a Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia), o FMI e o Banco Central Europeu (BCE), conhecidos como a "troika" de credores, apresentem suas "avaliações de sustentabilidade da dívida".

Como resultado, os ministros podem ter de discutir a questão mais tarde nesta semana, seja frente a frente ou por teleconferência.

"Não haverá decisões definitivas hoje (segunda-feira), mas acho que o sentimento geral é de que o próximo repasse seja feito da forma mais eficiente possível", afirmou o chairman do Eurogroup, que reúne os ministros das Finanças da zona do euro, Jean-Claude Juncker.

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, afirmou querer saber o resultado das discussões dos inspetores da troika durante suas visitas à Grécia antes de decidir quais passos serão dados a seguir.

"Gostaria de ver se a Grécia cumpriu com todas as suas obrigações e então gostaria de ouvir o relatório da troika, porque ele depende de o governo grego ter encontrado uma solução com a troika, e não ouvi nada disso", completou.

Um relatório acordado pela troika calculou que se os ministros concordarem em dar à Grécia mais dois anos para atingir suas metas, um financiamento extra de cerca de 15 bilhões de euros seria necessário até 2014, e outros 17,6 bilhões de euros para 2015/16.

Discussões sobre como preencher esse buraco estariam no topo da lista de tarefas dos ministros nesta segunda-feira.

"Teremos de ver depois quais propostas estão sendo colocadas adiante pela troika em relação ao gap de financiamento", afirmou o ministro das Finanças da Irlanda, Michael Noonan, ao entrar para a reunião.

Christine Lagarde, a diretora-gerente do FMI, estava otimista ao desembarcar em Bruxelas, dizendo que a Grécia fez o trabalho necessário e que seus credores agora precisavam agir.

"A Grécia fez o seu trabalho e mostrou alguma determinação real, então, agora os credores precisam fazer o mesmo e certamente o FMI, como sempre, desempenhará seu papel", disse a jornalistas.

"Estamos (aqui) para uma solução verdadeira, não rápida. Não uma solução rápida, e sim, verdadeira", acrescentou, com um sorriso aberto.

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