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Grandes empresas negociam antecipar pagamentos a bancos

O esforço das empresas envolve inclusive antecipar pagamentos ao BNDES, referentes a recursos não referenciados na TJLP, disseram as fontes

Bancos: "As empresas estão tomando a iniciativa de nos procurar para negociar a antecipação de pagamentos no começo de 2018" (AlbertoChagas/Thinkstock)
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Reuters

Publicado em 13 de dezembro de 2017 às 17h37.

São Paulo - Grandes empresas brasileiras , incluindo algumas que recentemente estavam com as finanças fortemente fragilizadas, estão procurando bancos para negociar uma antecipação de pagamentos, disseram fontes bancárias.

Conglomerados incluindo JBS, Usiminas e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) planejam se valer dos efeitos da melhora da economia sobre seus resultados operacionais, da queda dos juros e do ambiente externo favorável para captações para tentar baratear o custo de suas dívidas.

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"As empresas estão tomando a iniciativa de nos procurar para negociar a antecipação de pagamentos no começo de 2018", disse um vice-presidente de um das maiores bancos do país, sob condição de anonimato.

O esforço das empresas envolve inclusive antecipar pagamentos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), referentes a recursos não referenciados na TJLP, disseram as fontes.

O movimento representa uma inversão no tom das conversas entre empresas e seus credores nos últimos meses, com as devedoras tentando postergar os vencimentos de dívidas.

No caso de Usiminas e CSN, essa reviravolta tem influência direta do ambiente melhor dos preços e demanda por aço, o que está se refletindo na geração de caixa que será usada para reduzir o nível de alavancagem.

A CSN, que passou os últimos trimestres resistindo à pressão dos bancos para vender ativos e usar os recursos para pagar dívidas, planeja captar recursos no mercado internacional para antecipar pagamento de dívidas mais próximas, disse o presidente-executivo Benjamin Steinbruch, à Reuters, no final de outubro.

A alavancagem da companhia, que em 2015 era de 8,2 vezes, caiu para 6,3 vezes em 2016 e o plano da siderúrgica é reduzir esse índice para 3,5 vezes até o fim do ano que vem.

A JBS, que em julho fechou acordo de estabilização da dívida com um consórcio de bancos, fragilizada pelos efeitos da prisão dos irmãos Joesley e Wesley Batista, da família controladora, já abriu conversas com os bancos para as dívidas após o fim do acordo atual, que vence em julho de 2018, segundo um executivo da companhia.

Com um misto de maior geração de caixa e venda de ativos, arelação dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da JBS caiu de 4,16 para 3,42 vezes do segundo para o terceiro trimestres.

A Usiminas, que mais cedo este ano concluiu um alongamento de dívidas com bancos, já havia indicado que pretendia antecipar pagamentos após ter fechado em setembro o terceiro trimestre seguido de lucro. A Usiminas vai amortizar entre dezembro e janeiro cerca de 900 milhões de reais da dívida de 6,9 bilhões de reais reestruturada com bancos no ano passado.

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