Economia

Grã-Bretanha após saída da UE pode ser inviável

Enquanto apoiadores da saída britânica da UE advogam pela implementação de novos acordos comerciais, alguns economistas propuseram um plano de tarifa zero


	Brexit: enquanto apoiadores da saída britânica da UE advogam pela implementação de novos acordos comerciais, alguns economistas propuseram um plano de tarifa zero
 (Getty Images)

Brexit: enquanto apoiadores da saída britânica da UE advogam pela implementação de novos acordos comerciais, alguns economistas propuseram um plano de tarifa zero (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2016 às 12h32.

Genebra - A ideia de que a Grã-Bretanha pode acabar com todas as tarifas de importação para evitar negociações comerciais longas e problemáticas após sair da União Europeia é "quase teórica" e provavelmente inviável, disse o chefe da Organização Mundial do Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevêdo, à Reuters.

Enquanto líderes da campanha pela saída britânica da União Europeia advogam principalmente pela implementação de novos acordos comerciais com a União Europeia, os Estados Unidos e a China caso a Grã-Bretanha vote para sair em 23 de junho, alguns economistas propuseram um plano radical de tarifa zero.

Eles chamam o plano de "opção OMC", já que a Grã-Bretanha se apoiaria com as regras básicas da organização de 162 membros para policiar eventuais casos de comércio desleal.

Mas Azevêdo disse à Reuters: "O exemplo que estamos falando é um exemplo extremo, e acho que é pouco provável e politicamente seria inviável", afirmou.

"Minha experiência tem sido de que não vi um verdadeiro livre comércio ainda neste mundo. Todas as pessoas, em algum lugar do mundo, possuem um grau de proteção ou limitação em um setor ou outro", acrescentou.

Hong Kong e Macau oferecem modelos de livre tarifa, mas suas economias são menores e menos complexas do que a britânica.

E até mesmo se o comércio de produtos for totalmente liberalizado, ainda pode ser útil ter um acordo por escrito sobre comércio liberalizado de serviços, em vez de uma folha em branco, disse Azevêdo.

"No momento que você quiser escrever uma limitação aqui ou lá, tecnicamente qualquer membro da OMC pode dizer 'discordo da limitação que você está introduzindo", disse.

Azevêdo insistiu em dizer que não está opinando como a Grã-Bretanha deveria votar no referendo deste mês, ou fazendo juízo sobre opções políticas.

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