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Governo piora projeção do PIB e prevê recuo de 4,7% em 2020

A projeção para o IPCA é de alta de 1,77% em 2020, ante expectativa anterior de 3,05%

Economia reflete profundo impacto da paralisação das atividades no país por conta da pandemia de coronavírus (Adriano Machado/Reuters)
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Reuters

Publicado em 13 de maio de 2020 às 11h34.

Última atualização em 14 de maio de 2020 às 10h07.

O Ministério da Economia reviu nesta quarta-feira sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 a uma contração de 4,7%, contra alta de 0,02% vista em março, num reflexo do profundo impacto da paralisação das atividades no país por conta dos esforços para desacelerar a disseminação do coronavírus.

"Provavelmente, a retração do PIB neste ano será a maior de nossa história", disse a Secretaria de Política Econômica (SPE), em nota, na qual indicou que a recomposição para valores pré-crise virá somente em 2022.

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A SPE ressaltou que o novo número para este ano, embora obtido a partir de informações detalhadas da produção e faturamento dos diversos setores da economia, ainda é envolto em incertezas, já que há dúvidas sobre o prolongamento do isolamento e velocidade de retomada.

Em uma segunda nota divulgada nesta quarta, a secretaria diz que a projeção de contração de 4,7% leva em conta que as políticas de distanciamento social durem até o final de maio.

"Caso as políticas de distanciamento social se prolonguem o efeito econômico direto (perda de produção e queda mais acentuada no PIB de 2020) e o efeito indireto (maior número de empresas decretando falência, maior endividamento público e privado, aumento na taxa natural de desemprego, etc., gerando uma recuperação mais lenta e queda mais acentuada no PIB de longo prazo) serão acentuados", diz o texto.

A revisão para um tombo superior a 4% havia sido antecipada na véspera pela Reuters.

Para a inflação medida pelo IPCA, a perspectiva agora é de alta de 1,77% em 2020, ante expectativa anterior de 3,05%. Nesse caso, os principais responsáveis pelo recuo na estimativa deverão ser os bens industriais e os serviços, diante do resultado direto dos impactos da pandemia na atividade econômica.

"O recuo para a projeção anual não será maior devido à aceleração recente apresentada pelo grupo Alimentação no Domicílio, que engloba, genericamente, alimentos vendidos por mercados e estabelecimentos similares", ressaltou a SPE.

Os novos dados fazem parte da grade de parâmetros que irá fundamentar a revisão para o comportamento das contas públicas no próximo relatório bimestral de receitas e despesas, a ser publicado até o dia 22.

No boletim Focus mais recente, economistas ouvidos pelo Banco Central pioraram sua expectativa para o PIB neste ano a uma contração de 4,11%, contra queda de 3,76% antes. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) previu, em abril, uma retração de 5,3% para o Brasil em 2020, enquanto o Banco Mundial estimou um recuo de 5%.

Mais cedo, a SPE estimou que cada semanal adicional de isolamento produz uma perda para a economia de 20 bilhões de reais.

Para o primeiro trimestre deste ano, período ainda não inteiramente afetado pela crise do coronavírus, a projeção da Secretaria de Política Econômica (SPE) é de recuo de 1,3% do PIB sobre o trimestre anterior e de um resultado zero sobre igual etapa de 2019.

A SPE vê o PIB anual com expansão de 3,20% em 2021, com o desempenho desacelerando em 2022 a uma alta de 2,60%, seguida por crescimento de 2,5% tanto em 2023 como em 2024.

"Dessa forma, o crescimento para o próximo ano recompõe parcialmente a recessão deste ano ... porém, ainda assim, espera-se que o PIB só alcance o seu valor pré crise em 2022", disse a SPE.

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