Economia

Governo federal vai lançar pacote para obras municipais

O Ministério das Cidades terá uma linha de financiamento de R$ 2,7 bilhões de acesso a recursos do FGTS

Infraestrutura: valores finais do programa ainda estão sendo fechados pelo Ministério do Planejamento (iStock/Thinkstock)

Infraestrutura: valores finais do programa ainda estão sendo fechados pelo Ministério do Planejamento (iStock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de abril de 2017 às 09h16.

Brasília - O presidente Michel Temer vai lançar um pacote de medidas para apoiar os projetos de concessão das prefeituras.

O Ministério das Cidades terá uma linha de financiamento de R$ 2,7 bilhões de acesso a recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para projetos de infraestrutura urbana.

A Caixa Econômica Federal dará financiamento para quatro áreas: mobilidade urbana, resíduos sólidos, iluminação pública, além de água e esgoto.

Os valores finais do programa ainda estão sendo fechados pelo Ministério do Planejamento, que coordena a elaboração das medidas.

O presidente deve anunciar os detalhes na abertura do 4º Encontro dos Municípios da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), que ocorrerá nesta terça-feira, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. O encontro, realizado a cada dois anos, é um dos maiores do País.

A ideia do pacote é acelerar as concessões. As medidas fazem parte da estratégia do governo para dinamizar a atividade econômica com o aumento dos investimentos e da geração dos empregos.

Segundo fontes do governo, os projetos poderão ter financiamento de R$ 500 mil a R$ 200 milhões das empresas concessionárias. Além de recursos para financiar as empresas do setor privado que vão tocar as concessões, o pacote terá um programa de apoio à elaboração dos projetos.

Uma fonte da área econômica do governo informou que será criado um fundo de financiamento dos estudos dos projetos das prefeituras. O fundo terá como gestor a Caixa.

O pacote também contará com a padronização para todas as prefeituras das concessão, como os contratos, editais e o financiamento para os concessionários executarem as obras.

"Precisamos dinamizar, principalmente porque as prefeituras têm hoje uma limitação de recursos muito dura. A escassez é muito grande para os investimentos", avaliou uma fonte da área econômica envolvida na preparação das medidas.

O governo estuda a possibilidade de enviar ao Congresso proposta de alteração legislativa para agilizar as concessões de pequeno porte.

Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, a grande vantagem do programa é que os projetos terão tempo de maturação menor com a padronização dos documentos, o que vai permitir uma execução mais rápida.

"Os municípios hoje não estão estruturados tecnicamente para fazer as concessões", disse Martins. Segundo ele, o FGTS tem recursos disponíveis para o desenvolvimento urbano.

O pacote também dará apoio às Parcerias Públicas Privadas (PPPs) das prefeituras. Mas o foco principal será mesmo nas concessões devido à dificuldade que as prefeituras têm em dar as contrapartidas financeiras dos projetos de PPPs.

A ABGF, estatal federal de garantias, poderá participar deferindo garantias para as concessões dentro de uma avaliação técnica dos concessionários.

Apoios

Segundo o presidente da FNP, Márcio Lacerda, representantes do Banco Mundial e o NDB, o banco do grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) vão participar do encontro para identificação de projetos que poderão ser financiados.

O NDB poderá financiar projetos voltados a municípios com população superior a 200 mil habitantes, que têm nota de classificação de risco (rating) "A" ou "B" concedida pelo Tesouro Nacional.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasGoverno TemerMichel TemerMinistério das Cidades

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE