Economia

Governo espanhol planeja injetar mais créditos aos bancos

O governo do primeiro-ministro Mariano Rajoy terá imposto aos bancos, em duas rodadas, um saneamento de seus ativos imobiliários superior a 75 bilhões de euros

A exposição total dos bancos espanhóis ao setor imobiliário ronda os 320 bilhões de euros (Pierre-Philippe Marcou/AFP)

A exposição total dos bancos espanhóis ao setor imobiliário ronda os 320 bilhões de euros (Pierre-Philippe Marcou/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2012 às 17h34.

Madri - O governo da Espanha deve adotar na próxima sexta-feira novas exigências para o saneamento dos bancos, o que exigirá maiores injeções aos créditos considerados seguros, informaram nesta terça-feira à Agência Efe fontes do setor financeiro.

Com as novas exigências, o governo do primeiro-ministro Mariano Rajoy terá imposto aos bancos, em duas rodadas, um saneamento de seus ativos imobiliários superior a 75 bilhões de euros, dado que, aos 54 bilhões de euros iniciais, se somaria um número até agora não determinado, mas que se situará entre 20 bilhões e 40 bilhões de euros.

Ainda faltando conhecer os detalhes finais da nova reforma, alguns banqueiros expressaram seu desacordo ante o que consideram um "despropósito" devido às consequências que a medida pode ter sobre o sistema financeiro espanhol.

A nova reforma representa uma mudança na injeção inicial anunciada pelo ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, pouco após ascender ao cargo, quando declarou que os bancos precisavam de aproximadamente 50 bilhões de euros para eliminar o risco imobiliário.

A explicação é que as novas injeções recairão sobre a bolsa de empréstimos dos bancos ao setor da construção civil, que até agora se considera "não problemático" - cerca de 140 bilhões de euros.

A exposição total dos bancos espanhóis ao setor imobiliário ronda os 320 bilhões de euros e o governo decidiu no início de fevereiro que era necessário elevar especialmente os créditos sobre os ativos tóxicos, cerca de 180 bilhões de euros.

Diante da desconfiança dos mercados e do receio de que os ativos não problemáticos acabem se tornando problemáticos se a situação econômica não melhorar e se a inadimplência seguir aumentando, o governo elevará também as provisões do pacote financeiro considerado "saudável". 

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