Bolsa Família. (Jefferson Rudy/Agência Senado)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 2 de agosto de 2021 às 19h11.
Última atualização em 2 de agosto de 2021 às 19h27.
O governo federal avaliou, nesta segunda-feira, 2, junto com os presidentes da Câmara e do Senado uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para reformular o programa assistencial Bolsa Família. De acordo com a proposta, os beneficiários poderão receber até 400 reais. O assunto foi debatido em uma reunião no fim da tarde entre Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Arthur Lira (PP-AL), o novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e Flavia Arruda, da Secretaria de Governo.
Em todo o Brasil, quase 14 milhões de pessoas são atendidas pelo Bolsa Família, que paga um valor médio de 192 reais. O presidente Jair Bolsonaro já tinha manifestado a intenção de aumentar o benefício, mas com um valor de até 300 reais.
O aumento do Bolsa Família é visto internamente como uma medida do presidente Bolsonaro que visa as eleições de 2022. Durante a pandemia, o auxílio emergencial inicial de 600 reais colocou a popularidade do presidente lá em cima. Com a diminuição do valor para 250 reais, em média, a avaliação positiva do presidente despencou, como mostrou a última pesquisa EXAME/IDEIA.
Se a chave do cofre e o comando da agenda do Congresso pelo Centrão favorecem a estratégia econômica pró-eleição, a aceleração da inflação, o desemprego e o risco de racionamento de energia em 2022 jogam contra ela.
Não por acaso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, está tentando implementar um programa de emprego robusto, com recursos de fora do Orçamento, vindos do Sistema S, e vem abandonado os pilares da sua política liberal para atender os pedidos de Bolsonaro e do Centrão.
(Com Estadão Conteúdo)