Economia

Governo central tem superávit primário de R$ 7,18 bilhões em abril

Entre janeiro e abril deste ano, o resultado primário foi de déficit de R$ 5,448 bilhões, o melhor resultado desde 2015

Superávit: em 12 meses, o governo central apresenta um déficit de R$ 124,9 bilhões - equivalente a 1,84% do PIB (iStock/Thinkstock)

Superávit: em 12 meses, o governo central apresenta um déficit de R$ 124,9 bilhões - equivalente a 1,84% do PIB (iStock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de maio de 2018 às 15h29.

Brasília - O caixa do governo central registrou superávit primário de R$ 7,187 bilhões em abril. O resultado, que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, sucede o déficit de R$ 24,828 bilhões de março.

O resultado de abril ficou acima da mediana das expectativas do mercado financeiro (superávit de R$ 3,8 bilhões), de acordo com levantamento do Projeções Broadcast com15 instituições financeiras. O dado do mês passado ficou dentro do intervalo das estimativas, que foram de déficit entre R$ 500 milhões e superávit de R$ 8,2 bilhões.

Entre janeiro e abril deste ano, o resultado primário foi de déficit de R$ 5,448 bilhões, o melhor resultado desde 2015. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era negativo em R$ 7,247 bilhões.

Em 12 meses, o governo central apresenta um déficit de R$ 124,9 bilhões - equivalente a 1,84% do PIB. Para este ano, a meta fiscal admite déficit de até R$ 159 bilhões nas contas do Governo Central.

As contas do Tesouro Nacional - incluindo o Banco Central - registraram um superávit primário de R$ 19,347 bilhões em abril. No ano, o superávit primário acumulado nas contas do Tesouro Nacional (com BC) é de R$ 55,764 bilhões. As contas apenas do Banco Central tiveram déficit de R$ 130 milhões em abril e de R$ 265 milhões no acumulado do ano até o mês passado.

No mês passado, o resultado do INSS foi um déficit de R$ 12,160 bilhões. Já no acumulado do ano, o resultado foi negativo em R$ 61,213 bilhões.

Receitas

O resultado de abril representa alta real de 6,3% nas receitas em relação a igual mês do ano passado. Já as despesas tiveram alta real de 13,9%. No ano até abril, as receitas do governo central subiram 7,3% ante igual período de 2017, enquanto as despesas aumentaram 6,8% na mesma base de comparação.

O caixa do governo federal recebeu R$ 271,8 milhões em pagamentos de outorgas de concessões em abril, queda de 82,0% ante abril de 2017. Nos quatro primeiros meses deste ano, essa receita somou R$ 971,2 milhões, queda real de 53,3% ante igual período do ano passado.

Já os dividendos pagos pelas empresas estatais somaram R$ 223,1 milhões em abril, cifra 2,2% menor do que em igual mês do ano passado, já descontada a inflação. Já no acumulado do ano, as receitas com dividendos somaram R$ 705,9 milhões, queda real de 65,5% em relação a igual período de 2017.

Despesas

A execução das despesas sujeitas ao teto de gastos aprovado pela Emenda Constitucional 95 subiu para 31% de janeiro a abril, segundo o Tesouro Nacional. Elas subiram 7,1% em relação à margem de enquadramento. Para o ano, o limite de crescimento das despesas do governo é de 3,0%.

Apesar do enquadramento prévio das despesas do governo federal ao teto, alguns poderes e órgãos estão fora dos limites individualizados - todos devem respeitar o limite de gastos.

Investimentos totais

Os investimentos do governo federal subiram a R$ 12,106 bilhões nos primeiros quatro meses de 2018. Desse total, R$ 8,332 bilhões são restos a pagar, ou seja, despesas de anos anteriores que foram transferidas para este ano. De janeiro a abril do ano passado, os investimentos totais haviam somado R$ 8,161 bilhões.

Os investimentos no Programa de Aceleração Econômica (PAC) somaram R$ 1,898 bilhão em abril, queda real de 0,5% ante igual mês do ano passado. Já no acumulado do ano, as despesas com o PAC somaram R$ 5,538 bilhões, recuo de 1,0% ante igual período de 2017, já descontada a inflação.

Regra de ouro

O Tesouro Nacional revisou a projeção de insuficiência para o cumprimento da regra de ouro neste ano, de R$ 203,4 bilhões para R$ 181,9 bilhões. De acordo com o órgão, a redução se deveu ao uso de R$ 7 bilhões de recursos do Fistel e à diminuição em R$ 14 bilhões na previsão de utilização de fontes de emissão, devido a realocações orçamentárias.

"O governo trabalha com outras medidas que assegurarão o cumprimento da regra de ouro em 2018, que incluem o pagamento antecipado do BNDES, a desvinculação de fundos e o cancelamento de restos a pagar", afirmou o Tesouro.

Para 2019, o órgão estima que a insuficiência para o cumprimento da regra de ouro será de R$ 260,2 bilhões, chegando a R$ 307,3 bilhões em 2020 e ficando em R$ 228,4 bilhões em 2021.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralPIB do BrasilSuperávit

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor