Economia

Governo Central tem pior déficit primário para o mês desde 1997

A queda da arrecadação provocada pelo agravamento da crise econômica continua a ser a principal causa do aumento do déficit primário em 2016

Dinheiro: o resultado negativo no período somou R$ 25,303 bilhões (Getty Images)

Dinheiro: o resultado negativo no período somou R$ 25,303 bilhões (Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 27 de outubro de 2016 às 15h34.

Última atualização em 27 de outubro de 2016 às 16h22.

Brasília - Com a atividade econômica baixa e recuo no pagamento de tributos, o Governo Central registrou um déficit primário de R$ 25,302 bilhões em setembro, o pior desempenho para o mês da série histórica, que tem início em 1997.

O resultado reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central. Em setembro de 2015, o governo central registrou déficit de R$ 6,854 bilhões.

O resultado de setembro veio pior do que a mediana das expectativas do mercado financeiro, que apontava um déficit de R$ 23,350 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast junto a 16 instituições financeiras.

O dado do mês passado ficou dentro do intervalo previsto, que estava entre déficits de R$ 14,400 bilhões a R$ 29,000 bilhões.

Entre janeiro e setembro deste ano, o resultado primário foi de déficit de R$ 96,633 bilhões, também o pior resultado da série. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era negativo em R$ 20,818 bilhões.

Em 12 meses, o Governo Central apresenta um déficit de R$ 138,2 bilhões. Para este ano, a meta fiscal admite um déficit de R$ 170,5 bilhões nas contas do governo central.

As contas do Tesouro Nacional - incluindo o Banco Central - registraram um déficit primário de R$ 226,7 milhões em setembro. No ano, porém, há superávit primário acumulado nas contas do Tesouro Nacional (com BC) de R$ 16,017 bilhões.

As contas apenas do Banco Central tiveram superávit de R$ 31,3 milhões em setembro, mas um déficit de R$ 450,9 milhões no acumulado do ano até o mês passado.

No mês passado, o resultado do INSS foi um déficit de R$ 25,076 bilhões. Já no acumulado do ano, o resultado foi negativo em R$ 112,650 bilhões.

As contas apenas do Banco Central tiveram superávit de R$ 31,3 milhões em setembro, mas um déficit de R$ 450,9 milhões no acumulado do ano até o mês passado.

Receitas e despesas

O resultado de setembro representa queda real de 9,6% nas receitas em relação a igual mês do ano passado. Já as despesas tiveram alta real de 9,2%.

No ano até setembro, as receitas do governo central recuaram 7% ante igual período de 2015, enquanto as despesas aumentaram 2% na mesma base de comparação.

O caixa do governo federal recebeu R$ 200,3 milhões em dividendos pagos pelas empresas estatais em setembro, cifra 68,9% menor do que em igual mês do ano passado, já descontada a inflação.

Já no acumulado do ano, as receitas com dividendos somaram R$ 1,479 bilhão, queda real de 77,4% em relação a igual período de 2015.

Já as receitas com concessões totalizaram R$ 203,9 milhões em setembro, alta real de 185,8% ante setembro de 2015. Nos nove primeiros meses de 2016, essa receita somou R$ 21,119 bilhões, alta real de 253,4% ante igual período do ano passado.

Investimentos totais

Os investimentos do governo federal caíram a R$ 38,592 bilhões nos primeiros nove meses de 2016. Desse total, R$ 26,068 bilhões são restos a pagar, ou seja, despesas de anos anteriores que foram transferidas para 2016.

De janeiro a setembro do ano passado, os investimentos totais haviam somado R$ 41,868 bilhões.

Os investimentos no Programa de Aceleração Econômica (PAC) somaram R$ 2,232 bilhões em setembro, queda real de 35,7% ante igual mês do ano passado.

Já no acumulado primeiros meses do ano, as despesas com o PAC somaram R$ 26,983 bilhões, recuo de 18,2% ante igual período de 2015, já descontada a inflação.

Notícia atualizada às 16h

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaDéficit públicoImpostosTesouro Nacional

Mais de Economia

Lula chama Pacheco para reunião nesta quarta e deve discutir pacote fiscal

Reforma Tributária: relatório do Senado deve ficar para início de dezembro, diz Braga

Cepal: Pobreza deve cair a 26,8% da população na América Latina, nível mais baixo desde 1990

Escala 6x1: favorito para presidência da Câmara defende 'ouvir os dois lados'