Economia

Goldman prevê medalhas na Olimpíada baseado na economia

Economistas do Goldman Sachs usam variáveis estatísticas e econômicas para prever o quadro de medalhas das Olimpíadas - em Londres funcionou


	Olimpíada: Goldman Sachs prevê Brasil em 16º lugar nesta competição, com 5 medalhas de ouro
 (Nacho Doce/Reuters)

Olimpíada: Goldman Sachs prevê Brasil em 16º lugar nesta competição, com 5 medalhas de ouro (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2016 às 14h18.

A qualidade das instituições de um país pode ajudar a prever seu sucesso no vôlei de praia? O Goldman Sachs acha que sim.

Há quatro anos os economistas do banco tentaram descobrir se “as variáveis macroeconômicas e as relações estatísticas” poderiam prever o número de medalhas dos Jogos Olímpicos de Londres 2012.

Eles acabaram prevendo com perfeição o total de medalhas -- 65 -- obtidas pelos anfitriões britânicos e acertaram 10 dos 11 países em melhor posição no quadro de medalhas de ouro.

Neste ano, os economistas do Goldman buscam repetir o sucesso antes da Olimpíada do Rio de Janeiro, que começa no fim desta semana.

As projeções dos economistas levam em conta as condições de crescimento de um país, incluindo os indicadores do ambiente político e institucional, assim como o tamanho de sua população e seus desempenhos olímpicos anteriores.

As projeções do Goldman para os cinco primeiros colocados:

1º Estados Unidos: 106 medalhas sendo 45 de ouro

2º China: 89 medalhas e 36 de ouro

3º Reino Unido: 59 no total, 23 de ouro

4º Rússia: 58 medalhas e 14 de ouro

5º Coreia do Sul: 28 medalhas ao todo e 13 de ouro

O Brasil ficaria em 16º lugar, com 22 medalhas, sendo 5 de ouro.

A equipe realizou ajustes especiais para a Rússia -- normalmente uma das cinco maiores ganhadoras de medalhas -- porque não está claro em que nível o país participará. Além da Rússia, há poucas surpresas no topo da tabela, exceto talvez pelo Brasil.

As 22 medalhas previstas pelo Goldman equivaleriam ao melhor desempenho olímpico da história do País.

Esta poderia ser a esperança de que o Brasil precisa após a conturbada jornada até a recepção dos atletas -- a disparada da criminalidade, as emergências com encanamentos na Vila Olímpica e o vírus Zika são apenas alguns dos desafios.

(Sem contar o escândalo político que envolveu membros da elite empresarial e política e o fato de a economia estar afundando em sua maior queda em um século).

Contudo, apesar de todo o sucesso previsto na pista e na quadra de vôlei, os analistas do Goldman também projetam que a Olimpíada pouco estimulará o crescimento do Brasil.

Os cerca de US$ 10 bilhões gastos em infraestrutura e logística são insignificantes demais para fazer a diferença em uma economia de US$ 1,8 trilhão, especialmente porque o gasto total com investimentos vem se contraindo ininterruptamente desde 2014, escreveram os economistas.

“Enquanto recebe milhares de atletas e visitantes e torce pelos favoritos locais, o País tem a esperança silenciosa de que o espírito olímpico em ascensão ajude a elevar também o espírito da economia brasileira e a devolva ao pódio reservado aos melhores desempenhos. De forma geral, acreditamos que os investimentos relacionados à Copa do Mundo e à Olimpíada foram pequenos demais para gerar um dividendo/impulso econômico significativo dada a grande dimensão da economia”.

Para piorar, daqui a quatro anos o número de medalhas do Brasil será muito menor. Competir em casa ajuda a aumentar o número de medalhas de ouro de um país em cerca de 50 por cento e a quantidade total em 20 por cento, segundo os economistas.

Isto significa que o Reino Unido perderá cerca de 10 por cento de seu número total de medalhas e 15 por cento de seus ouros no Rio.

Com o Japão como sede da Olimpíada 2020, o Brasil enfrentará uma luta ainda mais dura para manter seu número de medalhas.

Isto porque o Japão é o quarto país mais “esportivo” do mundo, segundo o índice dos economistas do Goldman que mede o bom desempenho dos países em relação à sua população.

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