Crianças: apesar do aumento real em gastos com lazer, a variação média dos produtos e serviços mais procurados para a comemoração do Dia das Crianças ficou em 9,19%, pouco abaixo da inflação geral (Divulgação Young Outliers)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2015 às 18h08.
Rio - Os gastos com lazer no Dia da Criança serão o item que mais vai onerar o bolso das famílias este ano, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Os preços desse segmento subiram em média 10,14% nos 12 meses até setembro deste ano, de acordo com dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC).
O aumento está acima da inflação geral no período, que avançou 9,65%. "Nesta classe de despesa, chamam a atenção os aumentos registrados em salas de espetáculo, como cinemas, teatros e shows (19,46%), sanduíches (12,20%), sorvetes fora de casa (11,67%), entre outros", comenta o economista André Braz, pesquisador do Ibre/FGV.
Apesar do aumento real em gastos com lazer, a variação média dos produtos e serviços mais procurados para a comemoração do Dia das Crianças ficou em 9,19%, pouco abaixo da inflação geral.
Isso porque as despesas com presentes e com itens de vestuário tiveram reajustes bem mais amenos do que a média.
No caso dos presentes, a alta foi de 4,68% no período. Enquanto as bonecas ficaram 8,38% mais caras em 12 meses, produtos como aparelhos de TV e videogame tiveram queda nos preços.
Já os itens de vestuário subiram 5,53%. "As roupas registraram alta de 3,83% e não superaram a inflação. Já os preços dos calçados subiram 10,75%, superando o IPC", comenta Braz.
Recentemente, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) informou que espera, para o Dia das Crianças em 2015, a primeira queda nas vendas desde 2004, quando a entidade começou a fazer o acompanhamento.
O recuo deve ser de 2,8% sobre 2014, e os setores mais afetados serão o de hiper e supermercados, o de vestuário e o das livrarias.
"O desempenho do faturamento real do varejo nessa data comemorativa insere-se em um contexto mais amplo, no qual a contração do mercado de trabalho e principalmente o encarecimento do crédito restringem a manutenção do ritmo de consumo verificado nos últimos anos", afirma a CNC.