Economia

Gasto com segurança levará França a bater meta fiscal da UE

A meta fiscal será "necessariamente excedida", já que o governo está alterando o planejamento orçamentário para contratar milhares de policiais


	O primeiro-ministro francês, Manuel Valls: "temos que encarar isso, e a Europa precisa entender"
 (Philippe Wojazer/REUTERS)

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls: "temos que encarar isso, e a Europa precisa entender" (Philippe Wojazer/REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2015 às 09h10.

Paris - A França será obrigada a ultrapassar a meta fiscal da União Europeia porque está elevando os gastos com segurança, na sequência dos ataques de 13 de novembro em Paris, disse o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, nesta terça-feira.

A meta fiscal será "necessariamente excedida", já que o governo está alterando o planejamento orçamentário para contratar milhares de policiais a mais e aumentar os recursos das forças de segurança, declarou Valls à rádio France Inter.

O dinheiro não pode ser tirado de outros setores.

"Temos que encarar isso, e a Europa precisa entender", disse Valls. "É também tempo de a UE e a Comissão (Europeia) compreenderem que esta luta diz respeito à França, mas também diz respeito à Europa."

O orçamento da França para 2016 prevê um déficit público de 3,3 por cento do PIB, o que está dentro do estipulado pela UE. O bloco prevê déficit de menos de 3,0 por cento em 2017.

Uma fonte do Ministério das Finanças disse na segunda-feira que os gastos extras com a segurança anunciados pelo presidente François Hollande devem resultar em centenas de milhões de euros, mas serão inferiores a 1 bilhão de euros.

"Vai ser um custo extra sobre o que se estava esperando", disse a fonte, acrescentando que seria compatível com os compromissos orçamentais da França com seus parceiros da UE.

Os ataques em Paris também podem ter um impacto sobre o crescimento econômico na França, que estava progressivamente se recuperando, pois pressionarão o turismo e as vendas do varejo pelo menos temporariamente em razão da insegurança.

Hollande disse na segunda-feira que assumia a responsabilidade por uma eventual superação do déficit orçamentário decorrente dos gastos com a segurança e as forças armadas, dizendo aos parlamentares que a segurança é mais importante do que as regras orçamentais da UE.

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