Economia

Galpões logísticos impulsionam setor imobiliário industrial

Preço médio de aluguel no segmento aumentou 3,1 por cento em relação a 2011


	Galpão da Keepers, em Barueri, São Paulo: estoque no segmento totalizou 1,448 milhão de metros quadrados no ano passado, quatro vezes mais que em 2011
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Galpão da Keepers, em Barueri, São Paulo: estoque no segmento totalizou 1,448 milhão de metros quadrados no ano passado, quatro vezes mais que em 2011 (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2013 às 15h46.

São Paulo - Em sentido oposto ao setor imobiliário residencial, que vem desacelerando para ajustar o nível de lançamentos, o segmento de galpões logísticos avançou no ano passado, com estoque entregue quatro vezes maior em relação a 2011 e baixo nível de vacância, segundo levantamento da Cushman & Wakefield, obtido pela Reuters nesta sexta-feira.

O desempenho do segmento imobiliário industrial também contrariou o resultado da produção industrial do país, que em 2012 caiu 2,7 por cento, a primeira queda desde 2009, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) .

"A desaceleração na produção industrial não afetou o segmento imobiliário industrial, que permaneceu aquecido e em amplo crescimento ao longo de 2012, principalmente para empreendimentos do tipo condomínios industriais, que apresentou intensa atividade construtiva", afirmou a consultoria imobiliária, no estudo.

Em todo o ano passado, o estoque entregue nesse segmento somou 1,448 milhão de metros quadrados, quatro vezes superior ao de 2011, nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Pernambuco, pesquisados pela Cushman. Já a taxa de vacância geral nessas regiões diminuiu pelo terceiro ano consecutivo, para 4,4 por cento, contra 5,3 por cento no ano anterior.

Ainda segundo a Cushman, a média geral do preço de aluguel aumentou 3,1 por cento sobre 2011, encerrando o ano em 16,2 reais por metro quadrado ao mês. Se considerados apenas condomínios de galpões, o preço médio de locação ficou em 19,1 reais por metro quadrado construído.

O investimento em logística tem se tornado uma das principais preocupações de muitos setores da economia, notadamente no caso das empresas ligadas ao consumo.

Ao longo do último ano, diversas varejistas e companhias de comércio eletrônico aceleraram os investimentos em logística, a fim de evitar problemas de armazenamento e distribuição de produtos, garantindo acesso mais fácil aos principais pólos de consumo do país em um momento em que prefeituras de grandes cidades restringem a circulação de caminhões.

No segmento imobiliário, a MRV Engenharia, por exemplo, retomou em meados de 2010 as operações da MRV Log, projeto criado em 2008 para construção de condomínios de galpões para fins logísticos e que foi interrompido durante a crise financeira mundial.


RJ TEM METRO QUADRADO MAIS CARO

Dentre as regiões pesquisadas, o Rio de Janeiro apresentou o metro quadrado mais valorizado em 2012, em 25,9 reais, 11 por cento maior sobre o ano anterior.

Naquele Estado, a Baixada Fluminense contabilizou o maior volume de novos condomínios no ano passado, representando 47 por cento do total entregue nas regiões pesquisadas (162 mil metros quadrados).

Em São Paulo, a região oeste da área metropolitana da capital paulista, onde a cidade de Cajamar é um dos destaques, seguiu respondendo pelo maior estoque do Estado. Além disso, a região mostrou uma mais baixas vacâncias, de 1,12 por cento, enquanto o preço médio de locação foi de 22,7 reais por metro quadrado, podendo chegar a 27 reais. No Estado como um todo, o preço médio de locação ficou em 18 reais, segundo a Cushman.

Em ritmo mais lento que nos demais Estados, os novos condomínios de galpões entregues no Paraná em 2012 somaram apenas 43 mil metros quadrados, com vacância de 4,6 por cento.

Já em Pernambuco foram entregues 162 mil metros quadrados, sendo a maior parte --80 por cento do total-- em Cabo de Santo Agostinho. A vacância no Estado foi de 5,9 por cento, alta anual de apenas 0,8 ponto percentual, "comprovando a forte demanda e rápida ocupação dos empreendimentos novos", afirmou a Cushman.

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