Líderes políticos de diversos países reunidos no G20, em Los Cabos, México (Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de novembro de 2012 às 08h21.
Cidade do México - O G-20 deve aprovar na reunião que acontece neste fim de semana no México a criação de uma espécie de "CNPJ" global para os bancos. A ideia é criar um sistema de identificação das transações financeiras no mundo que permita rapidamente a localização dos problemas em momentos de crise no mercado internacional. O tema foi discutido na reunião preparatória para o encontro deste domingo de ministros de finanças e presidentes de bancos centrais do G-20 e trata-se de mais uma medida em estudo no G-20 para melhor a arquitetura financeira mundial.
"A proposta é ter um sistema global com um número para cada entidade financeira de forma que se tiver uma crise se consiga identificar mais rapidamente quem deve para quem e onde estão os problemas", disse um fonte do G-20 que participa das negociações. Segundo a fonte, houve avanços nas discussões.
O Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês), que coordena a resposta dos órgãos reguladores globais à crise financeira em nome do G-20, já havia preparado um relatório recomendando a criação desse sistema único de identificação. Na reunião de junho de cúpula de presidentes, o relatório foi aprovado e o G-20 pediu ao FSB para levar frente o trabalho para implementar o sistema.
Na reunião desse fim de semana, a última sob a presidência do México, se discute qual entidade será responsável em gerir o novo sistema. O Banco de Compensações Internacionais (BIS) poderá ficar temporariamente com essa missão.
Na reunião preparatória, os representantes dos ministros de finanças fizeram uma avaliação da situação da economia internacional, com ênfase no chamado "abismo fiscal" dos Estados Unidos, que trata dos debates sobre o orçamento de 2013 que prevê uma combinação de redução da despesa e impostos mais elevados e ameaça colocar a economia norte-americana em recessão. "Todo mundo está preocupado. Mas o problema está congelado enquanto não tiver a eleição para a presidência", comentou uma fonte, referindo-se ao pleito que acontece na próxima semana.
Cotas
Os representantes também discutiram a reforma no sistema de cotas (que dá direito a voto) do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas não se espera um acordo final, porque ainda não há consenso, principalmente por parte dos europeus. O governo mexicano ainda tenta, no entanto, negociar algum avanço nesse tema que possa ser incluído no documento final do encontro, que será divulgado nesta segunda-feira.
Também se discutiu na reunião o programa do Banco Mundial de desenvolvimento dos mercados locais de dívidas (bonds) e o financiamento de longo prazo para infraestrutura.