Crescimento em 2017: na quarta-feira passada, o Banco Central comunicou oficialmente que é para lá que vai mirar agora para levar a inflação ao centro da meta (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2015 às 10h01.
Brasília - O ano de 2017 se desenha melhor do que este e o próximo para a economia brasileira, mas analistas do mercado financeiro não chegam a prever um mar de rosas para esse ano em questão. Na quarta-feira passada, o Banco Central comunicou oficialmente que é para lá que vai mirar agora para levar a inflação ao centro da meta.
O alvo estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de uma taxa de 4,5%, com margem de tolerância menor em relação aos últimos anos, de 1,5 ponto porcentual - até então, o desvio podia ser de até 2 pp.
É importante olhar para onde os participantes do Relatório de Mercado Focus, atualizado na manhã desta segunda-feira, 26, estão olhando. Segundo eles, a economia doméstica voltará a crescer em 2017, depois de um período amargo de recessão.
Para esse ano, os analistas contam com uma alta de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). A puxada, conforme a pesquisa, será dada pelo setor manufatureiro, que deve ter alta de 2% nesse ano. Atualmente, é a área fabril que tem influenciado mais negativamente as previsões para a atividade doméstica.
O câmbio será cotado a R$ 4,06 em dezembro de 2017, ajudando os resultados do setor externo. Para os participante da pesquisa, a balança comercial terá um superávit de US$ 30 bilhões e o déficit das transações correntes será reduzido para US$ 41,70 bilhões. O mercado também conta com uma situação fiscal melhor para daqui a dois anos, com a previsão de que o superávit primário será de 0,70% do PIB.
Por enquanto, os analistas acreditam que o BC conseguirá levar a inflação para a meta em 2017, já que a mediana da pesquisa geral está em 5,00% hoje. Da mesma forma, no Top 5 de médio prazo, que é o grupo que melhor consegue antever o comportamento dos preços, a desconfiança é maior, já que a taxa está em 5,80%, próxima do teto de 6,00%.
Pelos cálculos dos economistas, a pressão dos preços administrados sobre a inflação será menor em 2017, mas não inexistente. Conforme a pesquisa, esse conjunto de itens deve ter elevação de 5,00% daqui a dois anos. No encerramento de 2017, a taxa básica de juros Selic estará mais baixa do que atualmente. Hoje, está em 14,25% ao ano e a previsão dos analistas é de um patamar de 11,00% daqui a pouco mais de dois anos.