FMI: UE deve agir rápido para sair da crise como EUA e Ásia
Bucareste - O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, pediu que a União Europeia (UE) atue para evitar cair na "segunda divisão", atrás de Estados Unidos e Ásia, que estariam saindo mais rapidamente da crise econômica. "O risco para as economias europeias é que fiquem na segunda divisão, e não na primeira, com […]
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2010 às 16h27.
Bucareste - O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, pediu que a União Europeia (UE) atue para evitar cair na "segunda divisão", atrás de Estados Unidos e Ásia, que estariam saindo mais rapidamente da crise econômica.
"O risco para as economias europeias é que fiquem na segunda divisão, e não na primeira, com Estados Unidos e Ásia", declarou Strauss-Kahn em Bucareste, durante um discurso para estudantes de economia.
"Há a possibilidade de que, se os europeus não agirem rapidamente, daqui a 10 ou 20 anos o jogo ocorra entre Estados Unidos e Ásia, enquanto a Europa será deixada de lado", advertiu.
Segundo Strauss-Khan, para evitar essa situação, é necessário "reforçar as instituições da União Europeia, voltar a ter inovação, competitividade e retomar o crescimento, o que não está sendo visto depois da crise".
Nesta terça-feira, o FMI mostrou-se muito menos otimista que há algumas semanas sobre a economia alemã - a maior da Europa -, revisando de forma drástica suas projeções de crescimento para 2010 e 2011.
Para 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha deve crescer 1,2%, segundo o FMI, e não 1,5%, como previsto pelo órgão no início de fevereiro.
Em seu discurso em Bucareste, o diretor-geral do FMI insistiu na importância de uma reflexão sobre a "arquitetura financeira" da UE e a necessidade de que esta conte com ferramentas para "administrar e resolver uma crise".
"No nível europeu, não é suficiente ter regulação e supervisão, é necessário uma autoridade europeia de decisão", disse.
O chefe do FMI manifestou-se também a favor de "mais coordenação" na Europa, por exemplo, na questão da crise financeira grega.
"A crise mostrou que não podemos ter uma moeda única sem termos políticas econômicas mais bem coordenadas", completou.