Economia

FMI reduz projeção de crescimento do Brasil em 2014 a 2,3%

Estimativa do FMI sobre a atividade brasileira para 2015 também sofreu corte


	FMI: economias em desenvolvimento começaram a se beneficiar de demanda externa mais forte nas economias avançadas e na China
 (Bloomberg)

FMI: economias em desenvolvimento começaram a se beneficiar de demanda externa mais forte nas economias avançadas e na China (Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2014 às 15h12.

São Paulo/Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu nesta terça-feira sua projeção de crescimento econômico para o Brasil em 2014 a 2,3 por cento, sobre 2,5 por cento estimados anteriormente, destacando cenário doméstico de inflação alta, aperto da política monetária e problemas com investimentos.

De acordo com o relatório Perspectiva Econômica Mundial, a estimativa do FMI sobre a atividade brasileira para 2015 também sofreu corte, a 2,8 por cento, ante 3,2 por cento em outubro.

"Existem condições cíclicas, no sentido de que a inflação estava na ponta mais alta da banda da meta... O Banco Central elevou a taxa de juros com força, o que achamos que vai pesar sobre o investimento", avaliou o chefe da divisão de estudos econômicos mundiais do FMI, Thomas Helbling.

Com a resistência da inflação em níveis altos, o BC deu início em abril passado ao ciclo de aperto monetário que tirou a Selic da mínima histórica de 7,25 por cento para os atuais 10,50 por cento. Ainda assim, o IPCA encerrou 2013 com alta de 5,91 por cento, perto do teto da meta oficial, que é de 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos percentuais.

Helbling ainda destacou questões estruturais no Brasil, destacadamente gargalos de oferta em investimentos e infraestrutura públicos.

"E acho que veremos necessidade de lidar com essas questões para que o crescimento possa acelerar com força no Brasil", completou ele.

Para 2013, o FMI também reduziu sua estimativa sobre o crescimento do Brasil, a 2,3 por cento, ante 2,5 por cento na divulgação de outubro.


No terceiro trimestre de 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou contração de 0,5 por cento sobre os três meses anteriores e, sobre um ano antes, houve expansão de 2,2 por cento no período.

A pesquisa Focus do BC aponta que a expectativa dos economistas é que a economia tenha expandido 2,28 por cento em 2013, 2,0 por cento em 2014 e 2,5 por cento em 2015.

Demanda Externa

Ao falar sobre as economias em desenvolvimento, o FMI avaliou que elas começaram a se beneficiar de demanda externa mais forte nas economias avançadas e na China.

"Em muitas, entretanto, a demanda doméstica permaneceu mais fraca do que o esperado", informou o FMI no relatório, citando que isso reflete condições financeiras e posturas de política mais apertadas desde meados de 2013.

Para o Brasil em particular, Helbling afirmou que a expectativa é de que o setor externo e as exportações em geral se fortaleçam, "O fortalecimento do crescimento global, em particular dos Estados Unidos, deve ser bom (para o Brasil)", disse.

Questionado sobre como o Brasil é afetado pela redução dos estímulos econômicos dos Estados Unidos, ele afirmou que isso acontece apenas na medida em que o anúncio feito pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, provocou preocupações dos investidores em relação a mercados emergentes.

"Acho que para o Brasil, como para outros, a redução (dos estímulos dos EUA) não teve tanto efeito", disse.

O Fed deu início em dezembro à redução de seu agressivo programa de compras de títulos, inicialmente cortando em 10 bilhões de dólares, para 75 bilhões de dólares ao mês.

Atualizado às 16h11min de 21/01/2014, para adicionar mais informações.

Acompanhe tudo sobre:Crescimento econômicoDesenvolvimento econômicoeconomia-brasileiraFMIPaíses emergentes

Mais de Economia

G20 se compromete a 'cooperar' para taxar grandes fortunas

Olimpíada de 2024 pode movimentar até 11 bilhões de euros, diz estudo

Aneel aciona bandeira verde e conta de luz deixará de ter cobrança extra em agosto

Governo prevê espaço extra de R$ 54,9 bi para gastos em 2025

Mais na Exame