FMI projeta inflação de 1.000.000% na Venezuela para 2018
Fundo explicou que hiperinflação, colapso da atividade econômica, deterioração dos serviços públicos e escassez de alimentos provocaram fluxos de migração

EFE
Publicado em 23 de julho de 2018 às 20h57.
Washington - O Fundo Monetário Internacional ( FMI ) projetou nesta segunda-feira que a Venezuela terá uma inflação de até 1.000.000% em 2018 e comparou a situação do país à enfrentada pela Alemanha em 1923 e pelo Zimbábue no fim dos anos 2000.
O cálculo foi divulgado em entrevista coletiva pelo diretor do Departamento de Hemisfério Ocidental do FMI, Alejandro Werner, que atualizou as perspectivas econômicas regionais da organização.
Além disso, o FMI explicou que a hiperinflação, junto com o colapso da atividade econômica, a deterioração crescente do fornecimento de serviços públicos e a escassez de alimentos, provocaram grandes fluxos de migração de venezuelanos.
No relatório divulgado hoje, o FMI prevê que a economia da Venezuela recuará 18% em 2018, três pontos percentuais acima da última projeção, e 5% em 2019, um ritmo menos intenso do que o calculado pela organização em abril.
Werner reconheceu que é difícil fazer previsões para uma economia como a da Venezuela. "Não é possível saber o que vai ocorrer entre hoje e dezembro. Qualquer mudanças pode ter implicações muito grandes dentro dessa previsão", explicou.
No entanto, o diretor regional do FMI esclareceu que com os atuais níveis de inflação , os impactos de um hipotético erro na projeção do FMI seriam "muito marginais".
"A destruição do sistema de preços como mecanismo de alocação de recursos já está feita", sentenciou Werner.