Economia

FMI prevê PIB de 2,1% para o Brasil, destaca resiliência da economia, mas alerta para cenário fiscal

Organismo cita juros altos e tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul como fatores que vão inibir crescimento em 2024

Sede do FMI, em Washington (Mandel Ngan/AFP)

Sede do FMI, em Washington (Mandel Ngan/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 12 de julho de 2024 às 06h38.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou em relatório que a economia brasileira tem demonstrado resiliência, apesar da "persistência da elevada dívida pública".

Divulgo nesta quinta-feira, 11, o relatório de supervisão da economia brasileira com base no chamado Artigo IV, que prevê a avaliação anual de seus países-membros, afirma ainda que a Reforma Tributária — a qual classificou como significativa — faz o país avançar em uma agenda ambiciosa de crescimento sustentável.

Segundo o relatório, a catástrofe que se abateu no Sul do país inibirá um crescimento maior: "Projetamos que o crescimento se modere para 2,1% em 2024, refletindo uma política monetária ainda restritiva, um déficit fiscal menor, a calamidade de enchentes no Rio Grande do Sul e a normalização da produção agrícola", diz o documento, fazendo referência à produção recorde da agricultura em 2023.

Em maio, durante a visita dos membros do FMI ao país para realizar consultas de produção do relatório, a instituição já havia elevado a projeção do PIB para 2,5% a médio prazo.

No mesmo documento do ano passado, o FMI projetava crescimento de 1,2% do PIB do país este ano. Já no Panorama Econômico Global, divulgado em abril, a estimativa era de 2,2%. Agora, para o ano que vem, o Fundo prevê uma expansão de 2,4%.

Inflação

O índice de preços só deve voltar à meta em 2026, avalia a instituição, por conta de "incertezas persistentes", como possíveis erros de calibragem da política monetária nas principais economias mundiais, volatilidade nos preços das commodities e da instabilidade financeira global.

Segundo o FMI, o índice ainda pode surpreender devido às enchentes no Rio Grande do Sul, com instabilidades mais agudas do que o esperado nas cadeias de fornecimento. Além disso, a política fiscal pode aumentar o custo do crédito, diz trecho:

"A incerteza sobre medidas fiscais pode reduzir a credibilidade da política, elevando os custos de financiamento e aumentando os riscos de desancoragem das expectativas de inflação".

O FMI afirma ainda que a solidez do sistema financeiro do país, além da posse de reservas cambiais adequadas, baixa dependência de dívida em moeda estrangeira, grandes reservas de caixa do governo e taxa de câmbio flexível são fatores que "apoiam a resiliência do Brasil".

 

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