Kristalina Georgieva, diretora-gerente do FMI., Jan. de 2020. Foto: Jason Alden/Bloomberg via Getty Images (Jason Alden/Bloomberg/Getty Images)
Ligia Tuon
Publicado em 17 de fevereiro de 2020 às 14h30.
O Fundo Monetário Internacional, como credor de último recurso, não oferecerá um desconto em seu empréstimo à Argentina. A vice-presidente Cristina Kirchner já instou a instituição a assumir uma perda.
“Nossa estrutura legal é tal que não podemos tomar medidas que possam ser possíveis para outros sem essa grande responsabilidade global”, disse no domingo a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, em entrevista à Bloomberg TV em Dubai.
Uma missão técnica do FMI está em Buenos Aires, onde se reunirá com autoridades da Argentina até 19 de fevereiro para avaliar a sustentabilidade da dívida do país. As conversas com o FMI, ao qual a Argentina deve US$ 44 bilhões, serão fundamentais para uma negociação ainda mais ampla com credores de títulos para evitar um default.
“Entendemos a necessidade de analisar cuidadosamente o ônus da dívida. É trabalho do governo, não do FMI”, disse Georgieva quando questionada sobre a “profunda reestruturação da dívida” proposta pelo ministro da Economia, Martín Guzmán.
É necessário mais tempo para obter dados sobre a sustentabilidade da dívida do país, disse Georgieva. O FMI continua a apoiar o governo de Alberto Fernández em seus esforços para retomar o crescimento econômico, afirmou.
“Em termos gerais, apoiamos muito o compromisso deste governo de estabilizar a economia e retornar ao crescimento”, disse Georgieva.
(Com a colaboração de Yousef Gamal El-Din e Giovanni Prati).