China: as autoridades chinesas, por sua vez, preveem um crescimento médio de entre 6,5% e 7% (Toby Melville / Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2016 às 14h59.
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta sexta-feira que a economia da China vive um excesso de crédito para alcançar metas de alto crescimento que são "insustentáveis", e indicou que o Produto Interno Bruto (PIB) do gigante asiático irá desacelerar até crescer abaixo de 6% em 2020.
"A economia está avançando em muitas dimensões de reequilíbrio, especialmente na mudança da indústria para os serviços e do investimento para o consumo", afirmou o FMI no documento ampliado de sua revisão anual da economia chinesa.
No entanto, a organização ressaltou que a economia do país asiático se atrasou em outros aspectos, "como no fortalecimento das empresas públicas, na regulamentação financeira e na contenção do rápido crescimento do crédito".
Para o FMI, existem riscos em uma dependência excessiva na expansão do crédito com o objetivo de conseguir alcançar metas de crescimento "insustentáveis".
Além disso, a organização multilateral considera que "a dívida empresarial das empresas, apesar de ainda ser administrável, em torno de 145% do PIB, é elevada para qualquer parâmetro".
Em 2007, a dívida empresarial chinesa era de 100% do PIB.
O FMI prevê que a China cresça 6,6% em 2016, e 6,2% em 2017, contra 6,9% no ano passado.
Posteriormente, a desaceleração continuará com taxas estimadas anuais de 6% em 2018 e 2019, e cairá para 5,9% em 2020.
As autoridades chinesas, por sua vez, preveem um crescimento médio de entre 6,5% e 7% nos próximos cinco anos.
A desaceleração da economia chinesa é um dos motivos do baixo ritmo de crescimento global, com importantes efeitos sobre os mercados emergentes, e que se soma à fragilidade que algumas economias avançadas ainda apresentam, como o Japão e a zona do euro, após a crise de 2008-2010.