Economia

FMI adiantará recursos para que Argentina cumpra o programa financeiro

O presidente argentino, Mauricio Macri, disse que o crédito em 2019 vai fortalecer a confiança no país e retomar o crescimento econômico mais rápido

Macri: a moeda argentina perdeu mais do 68% de seu valor frente ao dólar em 2018 (Marcos Brindicci/Reuters)

Macri: a moeda argentina perdeu mais do 68% de seu valor frente ao dólar em 2018 (Marcos Brindicci/Reuters)

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EFE

Publicado em 29 de agosto de 2018 às 11h17.

Buenos Aires - O presidente da Argentina, Mauricio Macri, disse nesta quarta-feira que, devido à nova "falta de confiança nos mercados" em relação a seu país, chegou a um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para antecipar os recursos necessários do crédito de US$ 50 bilhões concedido em junho para garantir o programa financeiro do país.

Em um vídeo institucional divulgado pela presidência, Macri garantiu que essa decisão visa "eliminar qualquer incerteza que teria surgido em torno do agravamento do contexto internacional", pois, "ao garantir o financiamento para 2019", isto permitirá "fortalecer a confiança e retomar o caminho de crescimento o mais rápido possível".

A mensagem de Macri chega depois que, nas últimas semanas, por fatores externos como a crise turca e internos como o caso de corrupção que afeta empresários e funcionários do governo anterior, o peso argentino voltou a cair com força. Neste ano, a divisa argentina perdeu mais do 68% de seu valor frente ao dólar.

"Na última semana tivemos novas expressões de falta de confiança nos mercados, especificamente sobre a nossa capacidade de conseguir financiamento para 2019", começa dizendo o presidente no vídeo.

"Por isso, quero anunciar que acordamos com o Fundo Monetário Internacional uma antecipação de todos os fundos necessários para garantir o cumprimento do programa financeiro do próximo ano", acrescenta, sem dar detalhes dos números.

Neste sentido, Macri afirmou que desde o Executivo este apoio será acompanhado "pelos esforços fiscais necessários".

"Trabalho no qual viemos avançando muito bem", ressaltou.

Em 7 de junho, o FMI confirmou que o acordo de crédito com a Argentina de US$ 50 bilhões e que seria desembolsado em três anos.

O Governo começou a tramitá-lo no início de maio, em meio a uma crise cambial que agitou a economia argentina e aumentou a incerteza entre o leque político e social, em um país que conta com uma moeda muito afetada pela alta inflação.

Já então, concretizou-se o primeiro lance do empréstimo, no valor de US$ 15 bilhões, para reforçar as verbas orçamentárias e as reservas do Banco Central, enquanto o segundo será tratado com "caráter preucatório".

No entanto, a queda da divisa nacional gerou uma turbulência econômica do país, agravada principalmente pelo contexto internacional, marcado pela alta de taxas nos Estados Unidos e a fuga de capitais dos mercados emergentes a esse país.

"Sei que estas situações tormentosas geram angústia e preocupação em muitos dos senhores. Sei e entendo, mas saibam que estou tomando todas as decisões necessárias para resolver isso", acrescentou na mensagem Macri.

A forte volatilidade cambial já afetou o crescimento do país e aumentou os preços ao consumidor.

"Estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance para seguir adiante", enfatizou o líder, convencido "mais do que nunca", que "juntos serão superadas as dificuldades".

"Sabemos do que somos capazes quando nos propomos a fazer algo grande juntos", concluiu.

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