Economia

Fitch: turbulência política no Brasil é ameaça para empresas em 2018

Agência diz que ambiente político volátil, flutuações cambiais, elevação do preço do petróleo e desaceleração na recuperação econômica reforçam incertezas

Fitch: os indicadores de crédito corporativo mostram uma tendência positiva na América Latina, "exceto para o Brasil" (Matt Lloyd/Bloomberg/Bloomberg)

Fitch: os indicadores de crédito corporativo mostram uma tendência positiva na América Latina, "exceto para o Brasil" (Matt Lloyd/Bloomberg/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de junho de 2018 às 15h16.

Última atualização em 7 de junho de 2018 às 15h17.

A Fitch afirma que os indicadores de crédito corporativo mostram uma tendência positiva na América Latina, "exceto para o Brasil, que enfrenta uma série de desafios".

Em comunicado no qual menciona conclusões de vários de seus novos relatórios, a agência chama a atenção para o quadro político nacional.

"A turbulência política em andamento no Brasil permanece como uma das principais ameaças para as corporações brasileiras durante 2018", diz Débora Jalles, diretora da Fitch.

"O ritmo de rebaixamentos em relação a elevações de rating deve continuar a ter tendência de queda, mas o tom mais otimista de alguns meses atrás começou a perder fôlego."

A Fitch afirma que um ambiente político altamente volátil, flutuações cambiais, elevação do preço do petróleo e desaceleração na recuperação econômica reforçam um quadro de incertezas elevadas e devem afetar um impulso no grau de fluxo de caixa de operações durante os próximos três ou quatro trimestres.

Na Argentina, o setor corporativo manteve "estruturas de capital relativamente gerenciáveis", com redução na alavancagem líquida e melhora na liquidez, o que pode se mostrar positivo em um cenário de mais estresse, diante da desvalorização do peso e de juros mais altos.

Em relação ao Chile, a Fitch diz que algumas companhias mantêm um bom impulso e fortalecem seus perfis de crédito, notadamente as exportadoras de commodities, mineradoras e empresas do setor varejista, de alimentos e bebidas.

A agência aponta ainda que as empresas da Colômbia adiaram decisões de investimento e gastos durante o primeiro semestre. "Dependendo do resultado final da eleição presidencial, o ritmo em que as corporações retomariam o investimento poderia ser mais fraco que o esperado", diz.

No dia 17, o candidato conservador Iván Duque, considerado favorito nas pesquisas e preferido do mercado, enfrentará no segundo turno presidencial Gustavo Petro, de esquerda.

No caso do México, a Fitch destaca que as negociações em andamento do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês) elevam as incertezas.

Para a agência, porém, o resultado desse diálogo entre México, Canadá e Estados Unidos não deve afetar seriamente o acesso mexicano ao comércio com os EUA.

A Fitch comenta ainda que as companhias mineradoras do Peru se beneficiam de preços de metais mais lucrativos, especificamente de cobre e zinco. Após dois anos de corte de custos operacionais em resposta à fraqueza dos preços, companhias melhorarão mais suas estruturas de capital e posições de liquidez.

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