Pelas novas projeções, a indústria deverá recuar 4,5%, puxada por recuos de 4,9% na indústria de transformação, de 5,1% na extrativa mineral, de 4,4% na construção civil (Marcos Issa/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2015 às 17h47.
São Paulo - A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revisou em baixa suas projeções e espera agora que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recue 1,7% em 2015. A nova previsão é bem mais pessimista do que o aumento de 0,5% esperado antes.
Segundo a entidade, a revisão reflete a piora dos fundamentos econômicos e choques negativos, como a crise na Petrobras e o ajuste fiscal.
Pelas novas projeções da Fiesp, a indústria deverá recuar 4,5%, ante avanço de 0,1% estimado antes. Essa queda deverá ser puxada por recuos estimados de 4,9% na indústria de transformação, de 5,1% na extrativa mineral, de 4,4% na construção civil e de 1,6% nos serviços industriais de utilidade pública. Para o PIB de serviços e da agropecuária, a Fiesp projeta queda de 0,5% e alta de 0,8%, respectivamente.
De acordo com a Fiesp, a crise na Petrobras deverá provocar o maior impacto negativo, de -0,9 ponto porcentual, no PIB de 2015. Esse choque será gerado por uma queda estimada de cerca de 30% nos investimentos da estatal neste ano.
Já o ajuste fiscal implementado pelo governo para melhorar as contas públicas deverá impactar em -0,4 ponto porcentual o crescimento da economia brasileira em 2015.
Ainda entre os choques negativos, a Fiesp leva em consideração um impacto de -0,6 ponto porcentual referente ao aperto monetário e ao aumento de tarifas administradas.
Além disso, a entidade prevê um choque negativo de 0,3 ponto porcentual como consequência do que chama de "herança estatística" do ano passado. Para o PIB do 4º trimestre de 2014, a Fiesp espera recuo de 0,3% em relação ao trimestre anterior.
A federação também revisou suas previsões para a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), de queda de 1,5% para tombo de 8,4%. A entidade ponderou que as novas projeções não contemplam risco de racionamento de água e de energia elétrica e os efeitos das dificuldades de algumas construtoras sobre as obras de infraestrutura.