Economia

Fiesp busca acordo com Argentina para evitar barreiras

Segundo o presidente da Fiesp, as autoridades argentinas pediram 'paciência' e prometeram que 'haverá soluções equilibradas'

Paulo Skaf: "Foi uma reunião muito positiva e construtiva, dentro das expectativas que tínhamos" (Kenia Hernandes/VEJA São Paulo)

Paulo Skaf: "Foi uma reunião muito positiva e construtiva, dentro das expectativas que tínhamos" (Kenia Hernandes/VEJA São Paulo)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2012 às 18h25.

Buenos Aires - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, se reuniu nesta quinta-feira com ministros do governo argentino na busca por soluções a tensões e conflitos comerciais.

'Foi uma reunião muito positiva e construtiva, dentro das expectativas que tínhamos', declarou Skaf aos jornalistas depois de reunir-se com os ministros de Economia, Hernán Lorenzino, e de Indústria, Débora Giorgi, e o secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, entre outras autoridades argentinas.

Segundo o presidente da Fiesp, as autoridades argentinas pediram 'paciência' e prometeram que 'haverá soluções equilibradas' aos problemas que apareçam no comércio bilateral.

A reunião aconteceu no dia seguinte da entrada em vigor na Argentina de um sistema que obriga os importadores a avisar das compras que se propõem a fazer e esperar depois a validação oficial em um prazo de três a dez dias.

Esse sistema afeta os interesses de cerca de 74% das exportações brasileiras e de 5.500 importadores argentinos, advertiu a Fiesp nesta quarta-feira.

Skaf sustentou hoje que a reunião de hoje buscou evitar conflitos bilaterais como os suscitados com a entrada em vigor na Argentina desse sistema, que é visto em outros países como uma medida protecionista por parte da Argentina.


A visita do dirigente empresarial será seguida por reuniões entre autoridades de Brasil e Argentina em Buenos Aires.

O presidente da Fiesp disse que tanto os brasileiros como os argentinos estão plenamente de acordo que é preciso buscar mecanismos para que 'aumentem as vendas' de Argentina ao Brasil ao resto do Mercosul e a terceiros países, sem afetar as regras e metas do bloco.

Destacou que esta questão, assim como a pressão comercial da China e outros países asiáticos, 'é de interesse comum' para argentinos e brasileiros.

Skaf também se reuniu hoje com os diretores do Grupo Brasil, que reúne multinacionais e empresas brasileiras radicadas na Argentina.

O comércio entre Argentina e Brasil registrou no ano passado um recorde de US$ 39,6 bilhões, com uma alta anualizada de 17% e um superávit de US$ 5,8 bilhões em favor dos brasileiros, segundo estatísticas da Fiesp.

A secretária de Comércio Exterior do Brasil, Tatiana Prazeres, viajará na próxima segunda-feira à Argentina para analisar o alcance das novas medidas comerciais anunciadas pelo governo de Buenos Aires, informaram hoje fontes oficiais em Brasília.

No Uruguai e Paraguai, os empresários já protestaram pelas medidas argentinas. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaComércioComércio exteriorFiesp

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor