Economia

FGV: mudança de bandeira tarifária deve conter IPCA de abril em 0,30 p.p.

A medida ainda ajudará a conter o IPCA do ano de 2022 em -0,60 ponto percentual, já que metade da queda será absorvida pelo índice em abril e a outra metade apenas em maio

IPCA: segundo Braz, a mudança na bandeira tarifária já era esperada, por isso não mudou sua projeção de alta de 7% na inflação de 2022 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

IPCA: segundo Braz, a mudança na bandeira tarifária já era esperada, por isso não mudou sua projeção de alta de 7% na inflação de 2022 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de abril de 2022 às 18h46.

Última atualização em 7 de abril de 2022 às 18h50.

A substituição da bandeira escassez hídrica pela volta da bandeira verde na conta de luz a partir do próximo dia 16 ajudará a conter a inflação oficial do país em 0,30 ponto percentual em abril, calculou André Braz, coordenador de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O economista estima que a tarifa de energia elétrica diminua 6,35% na leitura de abril do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de inflação de abril encerrará o mês em torno de 1%.

A medida ainda ajudará a conter o IPCA do ano de 2022 em -0,60 ponto percentual, já que metade da queda será absorvida pelo índice em abril e a outra metade apenas em maio.

Ele calcula que o IPCA-15 de maio capte o impacto cheio dessa mudança na bandeira tarifária, com queda de 14,6% na energia elétrica e contribuição negativa de 0,7 ponto percentual.

"Os números não são idênticos porque o IPCA-15 tem cinco cidades a menos que o IPCA em sua composição", justificou o coordenador do Ibre/FGV.

Segundo Braz, a mudança na bandeira tarifária já era esperada, por isso não mudou sua projeção de alta de 7% na inflação de 2022.

"Isso já estava na conta, só adiantou", disse Braz. "O que tem animado revisões nas previsões é o câmbio. O dólar anda recuando bastante. Não deve terminar o ano neste patamar de R$ 4,75, mas deve ficar mais baixo do que já esteve antes, em torno de R$ 5,00, em vez de R$ 5,10 ou R$ 5,20. Isso tem impacto sobre preços de alimentos, de bens duráveis", completou.

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