Economia

Fed diz que há razões para subir taxa básica de juros

A presidente do Federal Reserve falou de um forte crescimento do mercado atacadista e disse que é preciso esperar aumentos da taxa básica nos próximos anos


	Dólar: analistas de mercado se queixaram ao longo deste anos dos pronunciamentos públicos do Fed
 (Thinkstock)

Dólar: analistas de mercado se queixaram ao longo deste anos dos pronunciamentos públicos do Fed (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2016 às 14h43.

As razões para que a taxa básica de juros suba nos Estados Unidos aumentaram nos últimos meses, afirmou nesta sexta-feira a presidente do Federal Reserve, o banco central americano, Janet Yellen.

Em um discurso em uma reunião anual da entidade no Wyoming, Yellen falou de um forte crescimento do mercado atacadista e disse que é preciso esperar aumentos da taxa básica nos próximos anos.

"À luz do sólido e sustentável desempenho do mercado trabalhista, de nossas perspectivas de atividade econômica e da inflação, acho que o argumento para aumentar a taxa básica de juros se fortaleceu nos últimos meses", afirmou durante o simpósio anual que o Fed realiza em Jackson Hole, Wyoming.

As palavras de Yellen, que influenciarão os mercados, deixaram claro as intenções das autoridades de política monetária americanas, que nos últimos meses mencionam a necessidade de de subir as taxas em curto prazo.

Analistas de mercado se queixaram ao longo deste anos dos pronunciamentos públicos do Fed, por considerá-los evasivos e até contraditórios, o que, segundo eles, gerava perplexidade nos investidores.

As afirmações de Yellen aumentam a probabilidade de que o Comitê de Política Monetária (FOMC) eleve as taxas no correr deste ano; inclusive já na reuniào que será realizada em setembro.

O Fed aumentou as taxas em dezembro de 2015 pela primeira vez em quase uma década, e pareceu concluir assim suas políticas de apoio à economia para responder à grande recessão de 2008 e 2009.

As taxas ficaram entre 0,25% e 0,50% e no correr do ano o Fed não deu sinais de sua intenção de voltar a aumentá-las.

A entidade visava ao crescimento dos Estados Unidos e teme que acontecesse de forma lenta e, ao mesmo tempo, advertiu sobre as muitas incertezas no mundo; especialmente na China e na Europa.

Apesar de seu claro sinal de que o aumento dos juros agora é mais provável, Yellen advertiu que as decisões dependem de condições econômicas que podem sofrer muitas mudanças.

"Nossa capacidade para prever como evoluirá a taxa básica é muito limitada porque a política monetária necessitará responder a qualquer problema problema que possa abalar a economia", explicou Yellen.

Ela acrescentou que algumas dessas condições só se tornam visíveis depois que acontecem.

"Por isso, a margem de resultados razoáveis é muito ampla para as taxas", destacou.

Yellen mencionou estudos segundo os quais há 70% de possibilidades de que as taxas sejam de entre 0% e 3,25% até o final de 2017. Essa margem se expandiria a entre 0 e 4,5% no final de 2018.

"Quando ocorrem choques e o panorama econômico muda, é preciso fazer ajustes", acrescentou Yellen.

A presidente do Fed destacou que a ecomomia incorpora novos empregos em um ritmo mensal médio de 190.000 e o consumo continau numa base sólida.

Os comentários de Yellen foram mais diretos e claros que os pronunciamentos anteriores do Fed, que mostravam uma mistura de inflação relativamente baixa e uma produtividade fracas.

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