Fed considera efeito da turbulência bancária nos EUA para ajuste monetário, afirma Powell
Presidente do banco central norte-americano destaca restrições de crédito e incertezas sobre a intensidade do aperto monetário
Agência de notícias
Publicado em 19 de maio de 2023 às 15h44.
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, voltou a sinalizar que o processo de aperto monetário nos Estados Unidos pode ser menos intenso a depender do efeito da recente turbulência bancária no país.
Na sua visão, embora as medidas de estabilidade financeira adotadas tenham ajudado a acalmar as condições no setor bancário dos EUA, novos desdobramentos têm contribuído para tornar as condições de crédito mais restritivas.
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"Portanto, como resultado, nossa taxa básica de juros pode não precisar subir tanto quanto precisaria para atingir nossos objetivos", disse Powell, durante a Thomas Laubach Research Conference, criada em homenagem ao legado de Thomas Laubach, ex-diretor da Divisão de Assuntos Monetários do Fed. "É claro, a extensão disso é altamente incerta", ponderou.
Taxa de juros nos Estados Unidos
Em sua última decisão, o Fed elevou osjurosno País em 0,25 ponto porcentual, para o intervalo entre 5% e 5,25% ao ano, alcançando o patamar mais alto desde 2007.
Powell disse ainda que a recente turbulência bancária nos EUA também deve impactar o crescimento econômico, o emprego e a inflação do país.
Progresso para conter inflação de bens
O presidente do Federal Reserve afirmou também que houve "muito progresso" para conter a inflação em bens, mas acrescentou que em serviços ela continua a mostrar força. Em evento da instituição, o dirigente disse que inclusive a inflação neste momento está em grande medida concentrada em serviços.
Além disso, Powell destacou a correlação entre a inflação e o mercado de trabalho. Ele enfatizou que há um "nível extraordinário de demanda" por trabalho, no mercado atual, o que o Fed acredita que deve desacelerar adiante.
E também analisou o fato de que houve aparentes mudanças na correlação na curva de Phillips, a depender do contexto recente, mas acrescentou que isso não necessariamente representa um problema com a inflação. A curva de Phillips correlaciona justamente inflação e desemprego.