Economia

Febraban: Na média, clientes não pagam juro de 324% no cheque especial

Presidente argumentou que, na média, clientes que aderem a essa linha de crédito usam normalmente R$ 900 do limite da conta por período de 16 dias por mês

Cheque especial: presidente da Febraban destacou que modalidade é uma linha emergencial (Rodrigo Bellizzi/Thinkstock)

Cheque especial: presidente da Febraban destacou que modalidade é uma linha emergencial (Rodrigo Bellizzi/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de abril de 2018 às 18h12.

Brasília - O presidente da Federação Brasileira dos Bancos, Murilo Portugal, defendeu que, na média, clientes não pagam o juro efetivamente anunciado pelo Banco Central de 324% ao ano. "Quem usa por pouco tempo, não paga os 324,1%. Essa é a taxa que se pagaria se o cliente começasse a usar a linha no 1º dia do ano e passasse todos os dias sem amortizar nada", disse.

Portugal argumentou que, na média, clientes que aderem a essa linha de crédito usam normalmente R$ 900 do limite da conta por período de 16 dias por mês. "Uma pessoa que usa o cheque especial por 16 dias com R$ 900, vai pagar (juro de) 6,81% ou R$ 61". Mesmo com essas ponderações, o presidente da entidade disse que o novo funcionamento do cheque promoverá o uso mais adequado da operação e deve resultar na redução do juro ao cliente.

Ele citou que o cheque especial é uma linha emergencial e a comparou com o táxi. "Normalmente, as pessoas se deslocam de ônibus, mas quando há uma urgência podem usar o táxi, que é mais caro", disse. "Mas ninguém vai de táxi de São Paulo para o Rio de Janeiro", completou. "O uso mais adequado vai reduzir inadimplência do cheque e a menor inadimplência vai permitir a redução do juro", defendeu o presidente da Federação.

Concentração

Questionado sobre a concentração do setor financeiro, o presidente da Febraban reconheceu que alguns grandes bancos têm parcela importante do mercado, mas defendeu que há competição entre essas instituições. "Realmente há concentração no Brasil como em outros países do mundo, mas o Brasil não é o mais concentrado. Estávamos em 5º lugar em termos de concentração e o setor bancário é o 9º mais concentrado do Brasil", afirmou.

"A concentração não necessariamente significa falta de competição. Se não existisse competição, a prova principal seriam taxas de lucro desproporcionais. O que não é o caso", disse, ao comentar indicadores que mostram que os índices de retorno do setor bancário são comparáveis ao observado em outros ramos da economia brasileira.

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