Economia

Faturamento do setor de atacado e distribuição cresce 0,8% em 2018

Estimativa do setor para este ano é de um crescimento de até 2%, alinhado com o PIB

Fatores como a greve dos caminhoneiros, no primeiro semestre, e o cenário político mais turbulento em razão das eleições no segundo semestre impediram crescimento maior do atacado (Germano Lüders/Exame)

Fatores como a greve dos caminhoneiros, no primeiro semestre, e o cenário político mais turbulento em razão das eleições no segundo semestre impediram crescimento maior do atacado (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de abril de 2019 às 14h28.

São Paulo — O faturamento do setor de atacado e distribuição cresceu 0,8% em 2018 na comparação como o ano anterior, somando R$ 261,8 bilhões, de acordo com pesquisa Ranking Abad/Nielsen, divulgada pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad). A pesquisa foi respondida por 666 empresas, em uma amostra que equivale a 42% do faturamento do setor.

A participação do segmento no setor apresentou estabilidade em relação ao levantamento anterior, de 2017, alcançando 53,6% em 2018. Para este ano, a Abad estima resultados bem mais robustos, considerando um cenário mais favorável que impulsione a retomada econômica.

"Se o governo conseguir dar andamento às medidas mais urgentes para o País, como a nova previdência e a reforma tributária, certamente a resposta dos investidores e setores produtivos não tardará", avalia Emerson Destro, presidente da Abad. Caso esse cenário se confirme, a estimativa da associação para o setor neste ano é de um crescimento de até 2%, alinhado com o crescimento do PIB.

Em nota, a associação destaca alguns fatores que tiveram impacto no resultado, como a greve dos caminhoneiros, no primeiro semestre, e o cenário político mais turbulento em razão das eleições no segundo semestre. "O País tinha uma expectativa de crescimento bem maior, que acabou não se concretizando, levando a uma evolução de pouco mais de 1% no PIB", observa Nelson Barrizzelli, coordenador de projetos da Fundação Instituto de Administração (FIA) e responsável pelas análises do Ranking Abad/Nielsen.

Regionalização

O crescimento mais consistente das empresas de médio e pequeno porte fica evidente no levantamento, confirmando a tendência de regionalização dos negócios do setor atacadista. Tal cenário, segundo Barrizzelli, permite prever que as novas empresas que ingressarem no setor atacadista serão de pequeno porte e de alcance regional.

Atacarejo

O segmento de atacado de autosserviço (atacarejo) registrou um crescimento nominal de 12,3% em 2018. Entre as empresas consultadas neste segmento, 96% apostam no crescimento no faturamento em 2019, 63% esperam manter o número de clientes, um sinal de que o canal poderia já ter atingido a maturidade.

A pesquisa revela ainda que 82,9% das vendas estão concentradas nas lojas físicas e 17,1% em canais de televendas, e-commerce, representante comercial e vendedor, mostrando que este modelo de negócios está apostando na diversificação dos meios de venda para ampliar o faturamento.

Investimentos

Entre as empresas que responderam à pesquisa o otimismo com relação aos resultados neste ano e as intenções de investimentos também cresceu em relação ao ano anterior, com a aposta de crescimento no faturamento em 2019 ultrapassando a casa dos 90% nos quatro modelos de negócios. O otimismo também domina as expectativas de aumento de volume e na rentabilidade.

Outro ponto ressaltado pela Abad com relação a destinação dos investimentos, o foco em sistemas de informações, tecnologia de gestão e e-commerce reforça a atenção do setor para a agilidade, produtividade e confiabilidade de dados para a tomada de decisões, apontando para um perfil cada vez mais profissionalizado e tecnológico do setor.

Abad/FIA

Em outra pesquisa divulgada no início de fevereiro, essa apurada pela FIA, o setor apresentou crescimento de 1,35% em 2018. Nesse caso, o estudo Banco de Dados Abad/FIA coleta informações de cerca de 60 empresas.

Na ocasião, a associação havia informado estimativa de crescimento de 3% nas vendas do setor para 2019.

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