ExpoZebu movimenta R$ 123 milhões
O agronegócio, que no ano passado foi o principal responsável para que o Produto Interno Bruto brasileiro não fechasse no vermelho, continua dando mostras de vitalidade. Um indício é o resultado da ExpoZebu 2004, realizada entre 29 de abril e 10 de maio em Uberaba pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Maior evento […]
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h27.
O agronegócio, que no ano passado foi o principal responsável para que o Produto Interno Bruto brasileiro não fechasse no vermelho, continua dando mostras de vitalidade. Um indício é o resultado da ExpoZebu 2004, realizada entre 29 de abril e 10 de maio em Uberaba pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Maior evento do gênero no país, a feira gerou 123 milhões de reais em negócios, 25,51% mais que os 98 milhões de 2003.
Somente a renda dos leilões, 83,3 milhões de reais, foi 24,64% maior que os 68,1 milhões do ano passado, referentes à venda de 18 mil animais. Foram realizados 50 leilões que negociaram cerca de 21 mil cabeças. O recorde ficou para a fêmea da raça nelore Marilin Montanha TE, vendida a João Carlos Di Gênio, do grupo Objetivo, em parceria com a Agropecuária Santa Bárbara, por 1,47 milhão de reais. O negócio superou o recorde anterior, de 2003, quando outra fêmea, Helen da Terra Boa, foi arrematada por 1,19 milhão. As nove centrais de inseminação que participaram da mostra também arrecadaram 9,6 milhões, cifra 20% maior que a de 2003.
Ao completar 70 anos, a ExpoZebu apresentou queda de 2,8% no número de visitantes, passando de 340.186 pessoas para 330.719. Neste ano, a organização promoveu a coleta de alimentos não perecíveis. Cada dois quilos de mantimentos deram direito à meia-entrada para a feira. Foram arrecadadas 188 toneladas.
Mercado
A ExpoZebu é a principal feira do setor porque as raças zebuínas respondem por 80% do rebanho brasileiro, estimado em 183 milhões de cabeças. O volume coloca o país como o maior detentor de rebanho comercial do mundo. O mercado pecuarista nacional é avaliado em 25 bilhões de dólares, somente com os negócios gerados "dentro das porteiras", como criação e reprodução, conforme a ABCZ. A participação dos zebus neste montante também é de cerca de 80%.
As principais raças zebuínas no Brasil são a nelore (somente produção de carne), gir (produção de carne), gir leiteiro (produção de leite), guzerá (carne e leite), brahman (carne), sindi, indubrasil, cangaian e tabapuã (todas para carne). Além das raças zebuínas, cuja origem é a Índia, estima-se que haja mais de 200 outras raças no país, entre as provenientes da Europa, as adaptadas e as sintéticas.
Conforme a ABCZ, o que justifica a predominância dos zebus é sua grande adaptação ao país, sobretudo ao Brasil Central. Essas raças também contribuíram para reduzir o tempo médio de abate, diminuindo, por tabela, os custos de produção. As raças de origem européia rendem cerca de nove arrobas (uma arroba equivale a 15 quilos) para corte, aos seis anos de idade. Já as zebus oferecem 18 arrobas, com tempo médio de três anos para abate.